24 de Janeiro, 2025

PR3 | Apelo de Helena Pato, votem numa ou num democrata

HP2

SEM FRONTEIRAS | 16 de janeiro de 2021 | Presidenciais à esquerda

Já o afirmámos, o SEM FRONTEIRAS é a favor do debate em torno das eleições presidenciais para que dele resultem reforços claros da democracia e da luta contra a ascensão da extrema-direita em Portugal, na Europa e no Mundo. O apelo de Helena Pato vai exatamente nesse sentido. Vale a pena ler e divulgar, porque é este grau de maturidade que é preciso valorizar e aprofundar. Todos temos que fazer a nossa parte e, verdade seja dita, Helena Pato faz aqui a parte dela como antifascista e como cidadã.

CARTA AOS MEUS SEGUIDORES NO FACEBOOK

Cara(o)s democratas: Votem! Votem numa democrata ou num democrata. Em qualquer democrata, mas votem. Este é o meu apelo a quem me ler. Tenho 4 670 “seguidores” no meu Facebook pessoal. É muita gente e conheço algumas pessoas. Não sou figura pública, nem sequer conhecida nas redes sociais, mas atrevo-me a deixar-vos um apelo.

Votem, caros democratas

Quase todos me conhecem apenas daqui e talvez por uma mesma razão: tendo eu uma dolorosa memória do que foram os anos do regime da Ditadura, venho insistindo em dar-vos o meu testemunho e em partilhar convosco, pelos meios ao meu alcance, testemunhos de muitos que a viveram.

A ditadura varreu o nosso país durante 48 anos e é por causa dela, do que herdámos dela, que faço hoje este apelo.

Eu explico-me:

1. A Democracia não pode sair enfraquecida desta votação! Votem!

À esquerda ou à direita, mas votem. Ouçam a voz da Democracia e votem. Urge passar a palavra a muitos incautos, a alguns desatentos, e a tantos, tantos ignorantes, avisando-os de que há um erro na sua escolha. Dizendo-lhes que devem deixar os fascistas sozinhos a votar no «candidato do partido fraudulento Chega», pois só esses estão no lugar certo.

Votem, caros democratas, meus amigos ou conhecidos, votem em qualquer um dos outros 6 candidatos, mas votem.

2. A vossa abstenção servirá os interesses do candidato da extrema-direita. Eu apelo aos democratas, sobretudo jovens e idosos, inclinados para não irem votar:

não se permitam ficar em casa, indiferentes perante a campanha, tolhidos na acção pela pandemia, sentados no sofá à espera dos resultados.

Há 6 candidatos com diferenças nas suas propostas. Não haverá ninguém que tenha o perfil que vos agradaria? Admitam pôr uma cruz no quadradinho com o rosto que, apesar de tudo, mais se aproxima da vossa preferência – mas votem. Porque – não haja dúvidas! – sabe-se hoje que uma qualquer percentagem, que esse «populista troca-tintas» possa exibir com orgulho, será uma derrota não apenas da esquerda, mas também da direita e do centro – uma derrota para qualquer partido onde houver democratas. Uma grande abstenção dos antifascistas e dos democratas, pouco motivados para a intervenção cívica, aumentaria a percentagem do partido da extrema-direita e estou certa de que, a verificar-se, falsearia a real expressão de vontade dos portugueses. Por isso apelo a que votem.

A diversidade é a riqueza da nossa Democracia

3. Não dêem, pela vossa passividade, luz verde ao fascismo! Teremos opções diferentes. Muito provavelmente, a escolha do rosto a que queremos dar força, nesta eleição, será diferente. Podemos divergir na simpatia que temos por este ou aquele candidato; podereis estar comigo ou não, no voto que penso deixar na urna. Sei que muitos de vós, prováveis abstencionistas, sois uns mais próximos da esquerda e outros da direita – essa diversidade é a riqueza da nossa Democracia, e é esta Democracia que pretendo ajudar a preservar com o meu apelo. Evitemos uma hipoteca do nosso futuro a “valores” da extrema-direita! Sendo de esquerda, do centro ou da direita, não fiquem em casa, entregando pela vossa inércia, nas mãos de André Ventura, um passaporte para um futuro outra vez negro. A força com que o candidato André Ventura saia desta votação é um seguro para a sua vida política; é um aval ao partido «Chega» para as próximas eleições legislativas; e traduz-se num enorme estímulo para as guerras que ele afirma querer travar contra a Constituição e contra os portugueses. A percentagem obtida, a 24 Janeiro, pelo candidato do partido da extrema-direita será tanto maior quanto maior for a abstenção.

4. Não entreguem de mão beijada a liderança da direita ao Chega! Não indo votar, os abstencionistas próximos dos partidos da direita estão a permitir que AV capitalize a seu favor as perdas dessa área ideológica; estão a entregar a liderança da direita ao Chega. André Ventura poderá então reclamar para si uma posição de peso na direita portuguesa; e, acenando bandeiras fascistas, estabelecer as alianças que bem entender com os partidos fascizantes da Europa e no mundo.

A abstenção da esquerda e da direita dará a AV o melhor contributo para a estratégia internacional que visa destruir as DEMOCRACIAS. Democratas e amiga(o)s:

Pensem nisto! O vosso silêncio pode levar-nos para um lugar perigoso. A vossa voz (ainda) é determinante no rumo da vida democrática.

Helena Pato14/01/ 2021

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