Proteção e Direitos das Mulheres Trabalhadoras em Portugal, 1880-1943
LIVROS SEM FRONTEIRAS | Proteção e Direitos das Mulheres Trabalhadoras em Portugal, 1880-1943 – Virgínia Baptista
por Virgínia Baptista
O livro “Proteção e Direitos das Mulheres Trabalhadoras em Portugal, 1880-1943”, de Virgínia Baptista, editado pela Imprensa de Ciências Sociais, Lisboa, 2016, tem como tema central as mulheres trabalhadoras, em diversas profissões.
Começa por identificar a principal legislação promulgada sobre o trabalho feminino, no período referido. Discute se as leis “protetoras” beneficiaram ou empobreceram as trabalhadoras. Em seguida, analisa diversas instituições que prestaram cuidados às mulheres trabalhadoras: maternidades, lactários, creches fabris, associações e centros materno-infantis.
Movimento mutualista
Demonstra a forte participação das mulheres no movimento mutualista, de cariz voluntário e democrático, em maiores percentagens nas cidades e bairros operários de Lisboa, concluindo pela discriminação das mulheres nas associações de socorros mútuos, principalmente aquando do parto.
Virgínia Baptista
No livro relata-se a história das catorze associações mutualistas exclusivamente femininas fundadas em Coimbra, Lisboa, Porto e Funchal. Devido ao cruzamento constante das mulheres trabalhadoras com algumas feministas, debate as suas relações, sendo que as visões sobre o trabalho feminino nem sempre coincidiram Harris (American, 1901-1942).
Xabregas
O livro termina com o estudo do caso das trabalhadoras do bairro de Xabregas, em Lisboa, onde as tabaqueiras predominavam, identificando-se diversas instituições de proteção materno-infantil privadas ‒ a cargo do patronato e de interajuda mutualista ‒ e públicas, a partir de 1935, já com a legislação corporativa do Estado Novo.
Neste livro, procurou-se analisar a assistência e a previdência social, perscrutando-se a proteção e debatendo-se a existência de direitos para as trabalhadoras, ao longo de quatro regimes políticos – final da Monarquia, I República, Ditadura Militar e Estado Novo –, num tempo em que as mulheres eram estimuladas a permanecer em casa e a cuidar da família.
Apresentação pela autora, Virgínia Baptista. Editado CR-SF