A Marinha Grande a pé-coxinho
DOSSIÊS SF | TRL – TERRAS DE RESISTÊNCIA E LUTA – N1 Janeiro 2022 | Marinha Grande
Para além do 18 de janeiro, tema central do DOSSIÊ ESPECIAL SF de janeiro 2022 na Marinha Grande há matéria a sinalizar que vamos apresentar de forma avulsa. Uma visita errática com apontamentos diversos, desde locais significativos, livros, realizações passadas e outros pormenores. Cá vamos, é só seguir o guia que já se confessou pouco seguro da rota.
Uma primeira proposta que pode parecer bizarre, vamos até ao cemitério. Não para ler o “J´irai cracher sur vos tombes“, nada disso. Já lá vamos.
BORIS VIAN
J´irai cracher sur vos tombes
“Não são muitos os escritos de Boris Vian dos quais depois de ler três linhas anónimas se possa afirmar imediatamente”. “É pá, isto é do Vian!” e também não há muitos escritores de quem se possa dizer o mesmo….
Um jazigo vermelho
Têm ideia onde era o depósito central dos panfletos e material de propaganda de oposição ao regime salazarista?
Já adivinharam que as traseiras deste jazigo eram visitadas por pessoas bem vivas que não acreditavam em fantasmas.
LIVRARIA 18 DE JANEIRO
Uma Livraria 18 de janeiro, na Marinha Grande. Dois livros e uma estrela vermelha. Ah! que tipo de livros estariam à venda?
LER AO ESPELHO
Como noutras localidades do país a arte da camuflagem do povo judeu para comunicar de forma discreta e por vezes imperceptível por parte de quem passava. Veja-se esta inscrição num prédio de uma rua central da Marinha Grande que indica a existência de uma Quinta cuja denominação só pode ser interpretada lendo a pequena placa indicativa num espelho.
ARTE DE RUA
Quando as ruas da cidade refletem de forma informal os temas que a marcam no plano histórico e quando o apelo vai no sentido de uma nova ocupação do espaço público, neste caso as ruas, tudo indica que o potencial de percursos mais coletivos venham a ser viáveis a muito níveis. E não só nos dias das comemorações. no dia-a-dia, claro!
OS CARTAZES SÃO MUITOS E DIVERSOS
Fica aqui apenas uma pequena amostra de cartazes sobre o 18 de janeiro de 1934. A exposição patente à entrada do Auditório Calazans Duarte continha uma amostra muito rica e outros existem nos espólios da entidades que sistematicamente organizam as comemorações do 18 de janeiro de 1934.
ESTRELA VERMELHA VENCE O FESTIVAL DA CANÇÃO
Imaginem depois do 25 de Abril um FESTIVAL DA CANÇÃO na Marinha Grande. O Grupo Musical Estrela Vermelha liderado por Paulo Tojeira ataca o palco com uma canção sobre o 18 de janeiro de 1934 e …vence. Memorável, claro!
POR DETRÁS DOS PORTÕES
Foi deste quintal, atualmente protegido por portões, que partiu o grupo de operários vidreiros que atacaram o posto da GNR – Guarda Nacional Republicana no 18 de janeiro de 1934.
Edifício onde o posto da GNR esteve instalado em 1934
O FRASCO DO VIDREIRO
O frasco do vidreiro figura em dois catálogos com o nome de FRASCOS CHATOS, pois eram achatados no bojo para se poderem meter em bolsos largos. Eram garrafas para vinho de meio quartilho, quartilho, meia canada, canada e duas canadas. Custavam respetivamente 70, 100, 160, 300 e 480 reis.
Este frasco chato imortalizou-se na vida quotidiana do operário vidreiro. Antigamente era muito habitual os operários comerem no local de trabalho. O calor dos fornos alterava a normal laboração. O operário precisava de beber e a garrafa estava à mão. Quando almoçava com a marmita, ele segurava a garrafa pela marisa ( gargalo feito à mão), entre os dedos indicador e médio e levava-a à boca. O facto de ser chata facilitava a sua utilização, pois era prática
E por hoje ficamos por aqui…
Amanhã iremos visitar o 18 de janeiro através do Teatro Operário de Paris….
O que sabes e que podes partilhar sobre o Teatro Operário?
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