De Leirosa ao Parque das Nações, 400km pela justiça climática
ECO-SF | GRANDE CARAVANA pela JUSTIÇA CLIMÁTICA – 2 a 16 de Abril
José Louza, Eco-Cartaxo
José Louza que conheceu o exílio logo em 1966 devido à perseguição política que a polícia do regime salazarista (PIDE) lhe moveu envolveu-se, ainda fora do país, nos movimentos ambientalistas e assumiu desde então um papel particularmente ativo nas iniciativas ligadas à ecologia radical e. neste momento, de combate pela justiça climática.
O seu comprometimento com as ações criativas e dinâmicas nesta área dos movimentos sociais tem agora expressão na Grande Caravana pela Justiça Climática que apresentamos pela sua mão.
Arranca dia 2 de abril
É já no próximo dia 2 de Abril que a “Grande Caravana pela Justiça Climática” iniciará a sua longa caminhada pelo país. Partindo de Leirosa (Figueira da Foz) chegará a Lisboa, ao Parque das Nações, na tarde do dia 16 de Abril, após ter percorrido cerca de 400Km, a pé ou, nalguns pequenos percursos, de combóio.
A “Caravana” passará por Montemor-o-Velho, Coimbra, Pedrógão Grande, Proença-a-Nova, Vila Velha do Ródão, Abrantes, Vila Nova da Barquinha, Vale de Santarém, Cartaxo e Alhandra e muitas outras localidades onde dialogará com as populações para conhecer, no local, os impactos reais das alterações climáticas, adquirindo e transmitindo informação.
Construir um vasto movimento
Só mediante esta permuta se poderá construir um vasto movimento que decisivamente contribua para travar o colapso climático e que participe na criação e adopção de novas soluções cimentadas na solidariedade, no conhecimento, na justiça, na fraternidade, e que nos garantam a sobrevivência enquanto espécie. Não nos podemos esquecer que somos nós os responsáveis – uns mais que outros, claro – pela crise ecológica actual, designação que comporta a convergência de todas as outras crises. Pretende, ainda, a “Caravana”, ao longo do seu percurso, apontar alguns dos principais emissores de gases com efeito de estufa, assim como outros projectos e infra-estruturas destrutivos.
Temos de inverter este ciclo de desgraça
O momento é duma gravidade extrema. Temos de reagir e travar a acção de responsáveis económicos e políticos dopados no crescimento infinito (risível num mundo limitado como o nosso) e na arrogância ideológica do pensamento único. Avolumam-se as notícias constantes de “secas, cheias, tempestades fora de época, subida do nível médio dos oceanos, sua acidificação e alteração das complexas correntes marítimas, incêndios florestais, libertação de metano pelo degelo das regiões árcticas, perda irreversível da biodiversidade e degradação do ar, dos solos e das massas de água” (Manifesto da “Caravana”). Temos de inverter este ciclo de desgraça. Pede-se a todos, muito em particular aos jovens, que actuem, que reajam veementemente.
Agronegócio versus Agroecologia: impactos das diferentes agriculturas
A “Caravana” permanecerá no concelho do Cartaxo nos dias 15 e 16 de Abril. É uma oportunidade para se juntar a nós. Chegará na tarde do dia 15, depois de ter feito o percurso, a pé, do Vale de Santarém até ao Cartaxo, onde, na Quinta das Pratas, cerca das 17 horas acontecerá uma sessão-debate (chamamos-lhe ciranda), subordinada ao tema: “Agronegócio versus Agroecologia: impactos das diferentes agriculturas”, que, como é evidente será aberta a todos os interessados que desejaríamos fossem muitos.
Manifestação em Lisboa
A “Grande Caravana pela Justiça Climática” culmina com uma manifestação em Lisboa, no Parque das Nações, a começar às 15 horas do dia 16, no “Jardim dos heróis do mar”, após a chegada dos participantes na “Caravana”. É a derradeira possibilidade de participar nesta acção que não é mais do que o início dum longo combate.
Quem quiser ainda pode integrar a “Grande Caravana” em qualquer troço do percurso, bastando para tal inscrever-se no site www.caravanaclima.pt, incluindo na nossa zona geográfica. No site indicado poder-se-á, também, ter acesso a toda a informação sobre este acontecimento que, talvez, se torne histórico.