13 de Janeiro, 2025
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Nova Frente Popular à frente nos resultados eleitorais em França

Entretanto já começou a pressão das direitas para que a NFP seja secundarizada nas futuras soluções de governo.

Militantes LFI festejam os resultados alcançados Photo Yara.Nardi- Reuters

Os resultados são esclarecedores quanto a questões fundamentais. A maioria do povo francês rejeitou a hipótese de ter a União Nacional [Rassemblement National] a exercer funções governativas e, num “sobressalto republicano”, deu a maioria [apesar de relativa] às soluções que se constituíram como uma barreira à extrema-direita populista.

Respiramos de alívio

As primeiras reações do lado dos ativistas que deram corpo ao movimento em torno da Nova Frente Popular foi a de exprimir uma sensação de alívio. “Agora sim, estamos a respirar, mas isso não quer dizer que os problemas que estivemos a enfrentar estejam resolvidos” admitem numa opinião quase paradoxal.

“Nas sondagens mais recentes a hipótese da NSF ser a força política mais votada já aparecia timidamente. Mas nós não nos queríamos deixar embalar em discursos demasiado otimistas ou até triunfalistas. Mas, a verdade é que as orientações de voto para a segunda volta funcionaram lindamente” confessam esses ativistas.

Credibilidade da extrema-direita saiu enfraquecida

Uma coisa é certa o projeto político da extrema-direita sofreu um grande golpe na sua credibilidade. Durante a campanha eleitoral já anunciavam ministros e consideram a vitória como garantida. Mas confirmou-se que há muito de verniz e de simulação no discurso dos protagonistas da extrema-direita radical.

Agora todos os representantes dos partidos do centro-direita e das diversas direitas apontam para uma ideia-força comum: o Presidente Macron deveria secundarizar os resultados da Nova Frente Popular na equação das soluções de governo para, antes de mais, impedir que algumas medidas imediatas de mudança e que uma número muito elevado de franceses sancionou como essenciais, sejam postas em prática nos diversos campos da economia, da ecologia e da solidariedade social.

“Nunca estivemos numa situação deste tipo em França. Não há tradição nem hábitos políticos de gestão desta surpreendente correlação de forças. Vamos ver como serão considerados os resultados eleitorais nos aspetos políticos e institucionais” esclarecem a quente alguns ativistas que pressentem as dificuldades futuras.

O primeiro-ministro em funções já afirmou que vai apresentar a sua demissão, mas afirmou ao mesmo tempo que está disponível para continuar no cargo. Veremos como agirá Macron nos próximos dias.

Resultados

Numa estratificação da votação pode ser adiantado o seguinte: do lado da Nova Frente Popular, a LFI [France Insoumise] obtém segundo as tendências iniciais entre 69 a 75 lugares, o PS de 59 a 65 lugares, os ecologistas de 32 a 36 lugares e o PCF 11 lugares. Entre os macronistas, o Renaissance obtém 96 a 102 lugares, o MoDem 32 a 35 lugares e o Horizons 24 a 26 lugares.

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