15 de Janeiro, 2025
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EDITORIAL – Carlos Valentim Ribeiro – NSF

Claro que o sinal mais evidente desta Revolução Conservadora que atinge de forma generalizada todos os países do planeta é a subida persistente da extrema-direita no xadrez político com influência direta na governação e nas decisões de médio e longo alcance dos sistemas políticos, nomeadamente aqueles que funcionam numa base democrática e parlamentar. 

Aqui perto, em França, na Alemanha e na Áustria prossegue a caminhada, muitas vezes com avanços e recuos, não sabendo nós se para se juntarem à extrema-direita populista e eclética de Meloni que quer taxar os super-ricos e simultaneamente radicalizar o sentido proibitivo nas questões dos costumes e da identidade nacional ou se, em alternativa, promoverem uma transformação radical nos regimes e imporem ditaduras modernas, com novas matizes nomeadamente orwellianas. 

Em Portugal, no país da Revolução dos Cravos, percebeu-se com a votação no Chega que esta vaga vai para além dos descontentamentos conjunturais em relação ao Governo e à atuação do Estado e que os conservadores não são só os partidos que se reivindicam da ala mais à direita do espectro político, mas antes e também uma ampla massa popular com convicções ou com alinhamentos entusiásticos, que quer travar a inovação social e encontrar segurança nas tradições e numa cultura do faz-de-conta

Os sinais, esses, estão aí. Menos estudantes dos setores mais pobres da população a acederem ao ensino superior e aumento do fosso salarial entre homens e mulheres, pela primeira vez desde há 9 anos a esta parte. Repor a ordem natural das coisas eis algo de simples que as revoluções conservadoras sabem fazer à perfeição. 

Carlos Valentim Ribeiro | NSF – Sem Fronteiras

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