A continuação do legado de José Afonso nos grupos culturais da Universidade do Minho
Ana Francisca Silva* | Resumo | Congresso Internacional José Afonso 2024
José Afonso representa uma das vozes mais significativas de contestação ao regime do Estado Novo. Enquanto estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, José Afonso integrou a Tuna e o Orfeão desta Universidade. Este estudo identifica e problematiza a presença do seu legado e, em particular, da música de intervenção que o caracteriza, em catorze dos dezanove grupos culturais atualmente ativos na Universidade do Minho.
TUM – Tuna Universitária do Minho (tuna masculina)
Com vista à obtenção de dados para a concretização deste estudo, foi aplicada a técnica de inquérito por questionário. O questionário realizado, que consubstancia o presente estudo é constituído por catorze perguntas e encontra-se estruturado em três grupos de questões. O primeiro grupo visa caracterizar genericamente o inquirido, o segundo caracteriza o nível de conhecimento dos grupos culturais face ao repertório de intervenção e se o mesmo é ou não parte integrante das suas atuações. Por último, o terceiro grupo procura percecionar o nível de conhecimento, opinião e atitude face à temática, ainda que, agora, completamente centrado em José Afonso.
Os resultados do inquérito permitiram analisar e refletir em que medida os grupos culturais contribuem para a preservação, divulgação e celebração do repertório de intervenção passados 50 anos da Revolução dos Cravos. Para além disso, possibilitaram aferir o entendimento da importância endereçada a Zeca Afonso enquanto figura cimeira do movimento de renovação da música portuguesa na década de 1960, e que canções do cantor e compositor fazem parte do respetivo repertório. Incidiu-se, de forma particular, na identificação e caracterização de três grupos culturais: TUM – Tuna Universitária do Minho (tuna masculina); Tun´Obebes – Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho (tuna feminina); e a TMUM – Tuna de Medicina da Universidade do Minho (tuna mista); que continuam a celebrar convictamente e a difundir os ideais de paz, justiça e liberdade, dando continuidade à tradição das tunas académicas, afirmando-se como herdeiras legitimas do legado de José Afonso.
VÍDEO – TUM – Tuna Universitária do Minho (tuna masculina)
Nota biográfica
Ana Francisca Rodrigues da Silva nasceu a 6 de Agosto de 1999, na cidade do Porto.
Iniciou os seus estudos musicais em 2014, na Banda Musical de Avintes, em trombone, com o professor Carlos Silva e, posteriormente, com a professora Beatriz Mendes, na Banda Marcial da Foz do Douro. No ano seguinte ingressou na ESPROARTE (Escola Profissional de Música e Arte de Mirandela), na classe do professor Nuno Scarpa, permanecendo na Esproarte até à conclusão do secundário, em 2018.
Frequentou masterclasses de aperfeiçoamento musical com os pedagogos e artistas, Marshal Gilkes, Alexandre Vilela, Nuno Martins, Gonçalo Dias, Bruno Flahou, David Silva, David Tayor, Luis Bonilla, Hugo Assunção, Vítor Faria, João Martinho,André Conde, Filipe Alves e Joseph Alessi. Como instrumentista de orquestra teve a oportunidade de colaborar com os maestros Dimitris Spouras, César Viana, José Maria Moreno, Jan Wierzba, Mathew Maslanka, Nuno Machado, Luís Ribeiro, Maciel Matos, Gustavo Delgado, Luís Carvalhoso, José Eduardo Gomes, Filipe Fonseca, Pedro Neves, Vítor Matos, Valter Palma e Rafa Aguilló Albors. Desde o início da sua carreira musical que frequenta bandas filarmónicas, tais como, Banda Marcial da Foz do Douro, Banda Musical de Gondomar e atualmente é membro fixo da Banda Musical de Vila Verde. Em 2019 foi admitida na Universidade do Minho na classe do professor Vítor Faria, finalizando em 2023 a sua licenciatura. Atualmente é aluna do primeiro ano de Mestrado em Ensino de Música, área de especialização em Ciências Musicais e Formação Musical.
FONTE – Página da AJA dedicada ao Congresso