5 de Dezembro, 2024

OPINIÃO – Prémio Lusitânia – História de Portugal, da Academia Portuguesa de História, atribuído à historiadora do bem comum

Por Carlos Valentim Ribeiro

Irene Pimentel – Livro Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975

Laureada Prémio Pessoa em 2007, no mesmo ano em que se doutorou em História Institucional e Política Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese A Polícia Internacional de Defesa do Estado. Direcção-Geral-de-Segurança (PIDE/DGS, Irene Pimentel tem vindo a receber vários prémios que valorizam a sua carreira de historiadora e as suas publicações que são incontornáveis na abordagem de temas cruciais relacionados com a História Contemporânea de Portugal.

O livro “Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975” insere-se neste lote de obras que se constituem como referência obrigatória para reflexão e aprofundamento de temas históricos e políticos contemporâneos. Para além dos conteúdos, resultado de uma investigação rigorosa e de uma escrita clara, a dinâmica do livro que não sendo meramente cronológica acaba por seguir o rumo dos acontecimento que deram corpo ao período que consta do título, importa destacar a belíssima capa de Nuno Nunes Ferreira [Povo Unido, 2023] e a combinação criativa construída pela autora entre contextos, situações específicas, personagens e ligações de percurso que transformam as 471 páginas num quase-romance histórico que pode ser lido pelo lado da história e pelo lado da aventura revolucionária ou apenas democrática.

Irene Pimentel, que no livro Exílios no Feminino, revela um percurso de mulher lutadora antes e depois do 25 de abril é-nos apresentada desta forma nessa publicação que editei “Sou Irene, mulher, militante e investigadora que luta pelo bem comum”. Talvez seja fazer justiça declarar que os livros publicados pela historiadora são um contributo para a História Contemporânea de Portugal, mas também para algo de bem mais relevante que se prende com a demarcação inflexível entre barbárie e civilização, ou seja dito de outra forma, a construção empenhada do bem comum.

Carlos V. Ribeiro

Editor

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