Não nos encostem, nem à parede nem a um Portugal retrógrado e violento

Imigrantes de todas as origens deram voz à sua indignação em sintonia com milhares de cidadãos antirracistas
REPORTAGEM – O NSF na Almirante Reis em Lisboa
Foi necessariamente a palavra-de-ordem que uniu todos e todas as participantes no desfile que desceu a Almirante Reis, avenida que acabou por se transformar num gigantesco cenário que acolheu um mosaico de faixas e de bandeiras de todas as cores e feitio.
A força do protesto e da reclamação foi proporcional à indignidade ocorrida na rua do Benformoso onde vários imigrantes declararam que não receavam a presença e a ação da polícia mas não podiam aceitar serem colocados numa situação relacionada com atividades criminosas e, na circunstância, serem vistos pelos seus familiares nesta posição própria da pré-detenção de criminosos.


A diversidade e a combatividade uma marca desta manifestação que ficará para a história.
Mais polícias que manifestantes
Na Alameda Afonso Henriques um grupelho de neonazis tentou dar nas vistas e simulou uma concentração com recursos de comunicação organizados de forma profissional. O investimento realizado em faixas, pequenos painéis publicitários e som com qualidade não se terá justificado. Afinal havia mais polícias que manifestantes e os apoiantes do PNR podiam circular à vontade por detrás das faixas sem terem problemas de andar às cotoveladas.
Os discursos e a atuação dos neonazis surgiram como ridículas quando a manifestação da avenida começou a engrossar com centenas de presentes ainda antes das 15h00 e com milhares quando o desfile começou a dirigir-se para o Marim Moniz.



Um discurso de ódio e de agressividade que acarretou custos elevados de policiamento pagos pelos contribuintes.
Fotos © CVR/NSF