24 de Janeiro, 2025

José Afonso – O triângulo mágico na sua vida e obra – África, Portugal e Galiza

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PAUSA CAFÉ – Livro | Apresentação na AJA Lisboa – Portugal [2]

Depois da primeira incursão por África as palavras de Paulo Esperança, autor do livro “José Afonso – O triângulo mágico na sua vida e obra – África, Portugal e Galiza” foram para Portugal, o segundo vértice do triângulo mágico.

Paulo Esperança na AJA em Lisboa

Foi no dia 12 de janeiro, ao fim da tarde, que Paulo Esperança encheu a sala do Núcleo de Lisboa da AJA sito na Rua de S.Bento na capital de referências vivas do percurso de José Afonso. Acompanhado na mesa da sessão por Guadalupe Portelinha, que coordena a instituição lisboeta.

São de Paulo Esperança as palavras que se seguem.

PORTUGAL. É o início do segundo vértice do seu triângulo mágico.

A par da criatividade para escrever e compor em nome próprio entra, por exemplo, pelo Cancioneiro Popular das Beiras: “Senhora do Almortão” e “Resineiro Engraçado” (Cantares do Andarilho/1968), “Oh! Que Calma Vai Caindo” (Contos Velhos Rumos Novos/1969), “Maria Faia” e “Moda do Entrudo” (Traz Outro Amigo também/1970).

Talvez derivado dos seus contactos com estudantes açorianos nas Repúblicas de Coimbra embrenha-se no Cancioneiro dos Açores de que “Canção Longe” e “Os Bravos” (Baladas e Canções/1964), “Saudadinha” (Cantares do Andarilho/1968) ou “S. Macaio” (Contos Velhos Rumos Novos/1969) são referências.

O livro contém imensa informação de qualidade sobre José Afonso

A sua busca por novas palavras e por sons diferentes faz navegar José Afonso pela cultura popular de múltiplas regiões do país: “Deus te Salve, Rosa”, Trás-os-Montes (Contos Velhos Rumos Novos/1969), “Milho Verde” (Cantigas do Maio /1971), “As Sete Mulheres do Minho” (Fura Fura/1979) ,” Vira de Coimbra” (Fados de Coimbra e Outras Canções/1981),” Altos Altentes” (Como se Fora seu Filho/1983) entre muitas outras canções.

A guerra colonial, o fascismo, a repressão, as prisões políticas, a tortura, os assassinatos passam a ser uma constante no seu processo criativo seguramente também, pelos casos concretos de que ia tendo conhecimento. “A Morte Saiu à Rua” dedicada ao pintor e militante comunista José Dias Coelho e “Por Trás Daquela Janela” dedicada ao também militante comunista Alfredo Matos (Eu Vou ser como a Toupeira/1972), “Era de Noite e Levaram” (Contos Velhos Rumos Novos/1969) ou o icónico “Cantar Alentejano” (Cantigas do Maio/1971) constituem paradigmas das preocupações de José Afonso.

Assim como, “Na Rua António Maria” dedicada à presa política e militante comunista Conceição Matos, cantada em Paris em Novembro de 1970 e que não consta de qualquer edição discográfica.

© de toda a sua raiva e amargura perante o odioso de um regime feio e ameaçante.

Rua António Maria – José Afonso | Citado pelo autor do livro

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