Tudo começou a 29 de março, no Coliseu
ABRIL NO NSF [1]
O concerto da memória
Colaboração de Manuel Teixeira
Sábado, 28 de Março de 2024, Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Concerto “José Afonso e as gerações de Abril” promovido pela Associação José Afonso com o intuito evocar o concerto realizado no mesmo local 50 anos antes juntando as novas gerações com quem então lá estivera.
A jovem Filipa Ferreira, da direcção da Associação José Afonso, organizadora do evento, acolhe os cerca de 2700 espectadores e começa o espectáculo com mestre de cerimónias José Fanha que declamou, elogiou os Capitães de Abril apresentou Vitorino acompanhado do seu septeto que nos trouxe a juventude de Gisela e o sobrinho António Salomé, filho do Carlos Salomé também presente com as guitarras.
Vitorino partilhou dois terços do palco e lá foi clamando a falta que hoje fazem os Capitães de Abril com a reacção da assistência de pé “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”
O Manuel Freire cantou meia dúzia de canções e encantou com os aromas deliciosos da guitarra do Mário Delgado e o piano de Ricardo Dias.
As décadas de estrada não lhe retiraram a facilidade com que a voz lhe sai com perfeita dicção.
Espantoso.
Relatou o episódio ocorrido no concerto de 1974 relacionado com censura da canção “Dulcineia Dulcineia” em que lhe tinham cortado a última estrofe. Então, ele inventou uma história: disse ao público que na viagem de comboio com a janela aberta a folha com a última estrofe tinha voado. O público de então conhecia a letra e completou em coro essa estrofe.
Dulcineia, Dulcineia,
Deixe de ser Ideia
E torne-se a carne e a alma
Da nova luta.
Chave de ouro: Francisco Fanhais.trouxe o João Afonso e a Banda Filarmónica Fraternidade Operária Grandolense interpretando, em versão reduzida, “Cantigas do Maio”.
Final em apoteose; “Grandola Vila Morena”, braços entrelaçados e vozes ao alto “25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!
Emoção aos molhos nesta noite de reencontros, poesia, música e resistência.
Parabéns Associação José Afonso!
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