6 de Dezembro, 2024

As viagens do Exils au Féminin

Depois do périplo Luxemburgo, Bruxelas e Paris o livro continua a sua viagem por outros meios e caminhos

Irene Pimentel e Álvaro Vasconcelos foram os dois protagonistas, no passado dia 28 de maio, de um debate que teve lugar na Cooperativa Árvore, no Porto, cujo tema central foi a “Resistência Cultural no exílio”.

O encontro foi apresentado de forma inspiradora nos termos que se seguem:

“No exílio, a oposição antifascista envolveu-se numa imensa atividade associativa, editorial e cultural, parte do movimento de resistência que levaria ao derrube da ditadura a 25 de Abril de 1974. Em liberdade, refugiados políticos, desertores, refratários e emigrantes envolveram-se nos grandes debates políticos e intelectuais da revolução cultural dos anos 60, que teve o seu epicentro, em Maio de 68, em Paris. O Portugal do futuro era ali sonhado, desenhado e redesenhado, em solidariedade com os que travavam o seu combate contra o colonialismo. É nesse exílio libertador que José Mário Branco, Sérgio Godinho e tantos outros cantam já o Portugal de Abril, que Vieira da Silva desenvolve a sua Arte, que Maria Lamas e tantos outros continuam a sua obra literária e que Helder Costa cria o Teatro Operário. Qual foi a importância da resistência cultural no exílio? Porque é importante lembrá-la nos 50 anos do 25 de abril?” ou seja, as interrogações sobre o impacto das atividades levadas a efeito pelos ex-exilados surgem como elemento de desafio.

Esta foi também a linha editorial do livro Exils au Féminin que se posiciona principalmente no campo da reflexão e da interpelação aos acontecimentos e às ideias que atravessaram esse período histórico da resistência contra o regime salazaro-macelista e contra a guerra colonial.

O livro na Bélgica

Depois da apresentação da publicação realizada em abril na ULB – Universidade Libre de Bruxelas, a AJA – Núcleo de Bruxelas deu continuidade à divulgação do livro em eventos realizados na capital belga e a livraria La Petite Portugaise colocou-o em destaque no seu expositor interno.

La Petite Portugaise, livraria em Bruxelas

Générations à générations publicou artigo

O blogue de um coletivo publicado em língua francesa Générations à Générations refere o livro como sendo um conjunto de testemunhos que resultaram de um exercício de memória coletiva e adianta a introdução que surge nas primeiras páginas da publicação.

“Cinquenta anos depois do 25 de Abril de 1974 em Portugal, a memória de uma geração permanece muito viva. Se a história de uma revolução pacífica marcou fortemente a mente das pessoas com as suas transformações emocionantes, há um outro lado da Revolução dos Cravos que nos permite compreender o que significou para aqueles que então estavam na linha da frente. 200.000 portugueses, homens e mulheres, fugiram do país para escapar à ditadura e às guerras coloniais. Numerosos testemunhos de exilados foram publicados. A abordagem original aqui é que se trata do ponto de vista de sete mulheres, que deixaram Portugal ainda jovens para escapar à repressão do governo autoritário de Salazar. Eles se envolveram em um trabalho de memória coletiva e isso foi traduzido para o francês. Aqui está a introdução. Agradecemos aos autores que gentilmente nos enviaram este texto para publicação”.

Serralves expõe o Exílios no Feminino

Serralves, Porto

Num dos espaços culturais mais relevantes do país, logo à entrada, um expositor apresenta livros entre os quais o Exílios no Feminino. Um destaque que vale a pena sinalizar. Uma presença da publicação como obra no seu todo e a valorização de uma capa produzida pela Cristina Rodrigues que encontra aqui um acolhimento especial atendendo ao significado de Serralves em matéria de arte contemporânea.

Amélia na Sorbonne

Relembrar que Amélia Resende, uma das autoras dos textos do livro Exílios no Feminino, participou em Paris, na Sorbonne, num colóquio internacional que abordou o tema do Exílio Político, tendo dado notas sobre os conteúdos do livro, com destaque para a sua própria experiência, no encontro que envolveu estudantes da Universidade e portugueses residentes na capital gaulesa.

Valeu!

Colóquio Internacional sobre a Revolução dos Cravos teve lugar na Universidade da Sorbonne em Paris

14 de Maio, 2024

Colaboração Amália Resende | Editado CVR-NSF

Foi Muito Mais Que Um Colóquio!

As palavras de uma das organizadoras do Colóquio Internacional sobre ” A Revolução dos Cravos: 50 anos depois, olhares centrados e descentrados” que teve lugar na Universidade de Letras da Sorbonne em Paris, nos passados dias 2 e 3 de Maio, com apoio do Instituto Camões, sintetiza bem o espírito de abertura, empatia e outras sinergias culturais, políticas e afectivas que se viveram naqueles dias.

Um programa rico, cobrindo várias áreas, da História às Ciências Políticas passando pela Sociologia. Cruzaram- se com a Literatura e as Narrativas de Exílios e lançaram perspectivas diferentes sobre uma das revoluções mais belas do século XX, no dizer de um historiador português. Olhares centrados, olhares descentrados.

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