Aljube em estado novo
Duas peças de leitura, de teatro e de interação que retratam tempos da ditadura salazarista
O quarto piso do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, em Lisboa, continua a acolher propostas muito diversificadas de expressão artística e cultural relacionadas com a ditadura marcelo-salazarista e necessariamente sobre a resistência e a ação dos opositores dentro e fora do país.
Atores e dramaturgos no encerramento do espetáculo. Foto ©CVR-NSF
Desta feita “Duas peças em estado novo” foram levadas a palco por atores com percursos muito distintos, sendo alguns deles alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema do Politécnico de Lisboa.
A peça Partida ou a mulher sem medo de Armando Nascimento Rosa, sobre Arajaryr Campos secretária e companheira de Humberto Delgado, foi proposta ao público num formato de “corredor de avião” com os espectadores repartidos por duas alas posicionadas face a face, e os atores e as atrizes a ocuparem o espaço central para o seu desempenho, sempre apoiado por leituras de textos e pequenos improvisos.
Já a peça Uma Reputação, que incide sobre a conversa entre o padre confessor de Salazar e o próprio ditador que tem por tema um quadro oferecido por Hitler, teve a particularidade de revelar o “opressor no reduto doméstico” como é caraterizado o contexto e o ambiente da peça na apresentação da obra de Susannah Finzi.
Ironia, crítica mordaz, emoções e informalidade marcaram estas apresentações realizadas ao fim da tarde de sexta-feira dia 18 de outubro no museu de todos nós- o Museu do Aljube Resistência e Liberdade.
Fotos ©CVR-NSF
