Camilo Mortágua, um combatente pela liberdade
Faleceu o histórico militante revolucionário e antisfascista
O seu percurso e as suas ações contra o a ditadura marcelo-salazarista são conhecidas de todos e constituem um património dos combatentes pela liberdade, sendo necessário carimbar estas iniciativas, do Santa Maria, do avião da TAP, do Banco da Figueira da Foz e muitas outras, como ações corajosas e com verdadeiro impacto na destabilização do regime fascista.
Camilo Mortágua no Espaço Carmen no Alentejo | Foto ©CVR
Mais tarde, Camilo Mortágua esteve associado a movimentos de intervenção, principalmente no mundo rural, numa relação ativa com as organizações do desenvolvimento local e com objetivos de animação comunitária de base local.
Transitions Transversales
Em 2017 partilhámos objetivos em torno da Plataforma TT18 – Transitions Transversales, com companheiros investigadores e animadores locais oriundos de França, de Itália e de Portugal.
As finalidades da convergência das várias abordagens presentes na Plataforma permitiram desenhar algumas bases comuns:
- Que todos possam viver dignamente satisfazendo as suas necessidades básicas
- Que cada um seja o criador da sua própria vida
- Deixar às futuras gerações um planeta habitável
- Identificar e reapropriar-se dos bens comuns
- Descentralização e prioridade aos processos locais
- A Política é assunto de todos
- Eficiência sistêmica, colaborativa e cooperativa
- Inventar uma relação com a política que facilite uma rutura com o estar virado apenas para si próprio.
Esta referência ao projeto TT18 serve antes de mais para sinalizar o sentido de pesquisa e de debate que sempre animaram Camilo Mortágua. No fundo procurou noutros domínios de intervenção uma continuidade do seu espírito revolucionário. Essa é a sua marca que merece o agradecimento e o maior elogio, mesmo daqueles que não partilhavam as suas opções político-ideológicas.
Camilo Mortágua tornou-se uma referência incontornável do Portugal do século XX e do início do XXI.