4 de Outubro, 2025

A SOLIDÃO boa e a solidão má

Por Manuela Matos Monteiro

Samantha Rose Hill, foi uma das oradoras do primeiro dia do Festival ESPANTO: “Enfrentar o medo de estar só”. É mais conhecida, em Portugal, por ser a autora de “Hannah Arendt – Uma Biografia”. Mas foi um estruturado trabalho filosófico que partilhou dando enfase à questão da solidão, ao medo da solidão. Fez um percurso histórico da solidão que me trouxe surpresas (está a preparar um livro sobre o tema). A partir da década de 80, a solidão começa a ser encarada como uma epidemia que é preciso combater recorrendo a todos os meios, sendo que grande parte são consumo, rendem muito dinheiro, são capitalizáveis.

Chama a atenção para a necessidade de se distinguir diferentes tipos de solidão que não pode ser confundida com o simples isolamento físico ou social. A solidão voluntária (“solitude” que em inglês se distingue de “loneliness”) pode ser uma prática positiva e até necessária para desenvolvimento do pensamento mais profundo e a construção de sentido. A solidão que resulta do abuso das redes sociais, hiper conectividade e da polarização são de outra índole dado que pode conduzir ao isolamento psicológico e à fragilidade democrática.

Isto é uma brevíssima nota de uma intervenção que colocou muitas questões. A aguardar uma conferência que vai dar no sábado: “Ideologia e terror: será a solidão a condição subjacente a todos os movimentos totalitários?”

Contarei!

Manuela Matos Monteiro | do Facebook | Foto Samantha Rose Hill

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