13 de Janeiro, 2025

A Letícia vai à Biblioteca

277552749_10158897568308251_9026327771296840939_n

AGENDA | Ciclo Horizontes da Ciência | Biblioteca de Alcântara em Lisboa | 6 de abril 17h30

AGENDA de BOLSO

“Práticas e estéticas espaciais de resistência e compromisso nos espaços de cultura alternativa em Lisboa, Liubliana e Genebra”

Apresentação pública da tese de doutoramento de Letícia do Carmo, defendida em 2016 na École Polytechnique Fédérale de Lausanne.Apresentação integrada no Ciclo Horizontes da Ciência, que acontece todas as 4as feiras na Biblioteca de Alcântara em Lisboa.

Letícia Carmo


Nesta apresentação abordam-se questões de arquitectura, urbanismo e sociedade. Os “espaços culturais alternativos”, enquanto exemplos contemporâneos de experiências espaciais, conviviais, criativas, arquitectónicas, políticas e comerciais são o principal objecto de estudo.


Vários casos de estudo ilustram esta apresentação. Lisboa, Liubliana e Genebra – cidades cujas condições geográficas, históricas, urbanas, sociais e económicas são distintas e bastante particulares – são o palco desta investigação que se foca na década de 2005-2015 (embora a história de vida de alguns dos casos de estudo remonte por vezes aos anos 1970).

Recorre-se à observação participante e a outros métodos qualitativos como a fotografia e o desenho, e também mapas.
Vários espaços culturais “alternativos” surgem da luta contra contextos urbanos ameaçados. A “estética de resistência” que lhes encontramos associada foi influenciada por movimentos de contra-cultura, avant-gardes artísticas e formas específicas de pensar, construir e arquitectar espaços. Estes espaços oferecem resistência a práticas espaciais uniformizadas, normalizadas, autoritárias, ao abandono e à negligência. Ao longo dos anos, a estética “alternativa” que daí resultou tornou-se moda, passando de uma atitude subversiva e de confronto à integração e a uma instrumentalização política e comercial. A “cultura” e a “criatividade” passam a ser palavras usadas num certo tipo de planeamento urbano top-down, recuperando e adoptando, por exemplo, a linguagem de slogans situacionistas, das artes de rua e de formas de produção espacial de custo acessível e participativas. Tornaram-se, estas “formas de fazer”, agora orientadas para fins em grande medida comerciais, visando alcançar lucro económico, desligadas da sua intenção e mensagem originais.
Os espaços culturais alternativos são ou podem ser, alternadamente ou ao mesmo tempo, lugares de resistência e de compromisso, social, político ou económico.

Bio de Letícia do Carmo:
Mestre em Arquitectura no IST (PT), doutorada no laboratório de sociologia urbana na EPFL (CH). Investigadora em transformações e dinâmicas urbanas e culturais actuais.
Trabalhou em vários ateliers de arquitectura em Lisboa e Lausanne e actualmente desenvolve, produz e orienta projectos de mediação pedagógica e cultural, de sensibilização sobre a arquitectura e as cidades, em colaboração com a Trienal de Arquitectura de Lisboa e vários outros colectivos. É fundadora do Colectivo Trilhos, cuja acção de intervenção social cruza as artes plásticas, performativas e visuais.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.