14 de Setembro, 2024

Serviços de saúde pública mobilizam marinhenses

 Comissão de Utentes convocou concentração realizada a 14 de abril

Aires Rodrigues, um dos oradores da concentração, na Praça do Município

No dia 30 de março teve lugar uma reunião na Câmara Municipal com cerca de 70 marinhenses na qual foram tratados diversos temas relacionados com os serviços de saude pública. Uma das iniciativas do Ministérios da Saúde mais contestadas foi a criação de uma Unidade de Saúde Local que importa não confundir com os centros de saúde (nem com as USF, Unidades de Saúde Familiar). As ULS “prestam cuidados a uma população superior a 930 mil habitantes” — oferecem cuidados primários, hospitalares e continuados, incluindo a cidadãos estrangeiros não residentes, mesmo os que não são abrangidos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). E também desenvolvem atividades de investigação, formação e ensino.

Estas linhas de desenvolvimento do sistema de saúde pública são questionadas por utentes da Marinha Grande e é mesmo entendimento do médico Rafael Henriques, da Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários, que “nada indica que haja ganhos para a saúde, antes pelo contrário, com o aumento dos tempos de espera na marcação das consultas”.

A concentração do passado dia 14 deu lugar a um comunicado da Comissão de Utentes que reproduzimos e na qual os locais exigem mais meios para os diversos serviços de saúde do concelho.

População da Marinha Grande unida para defender os Serviços de Saúde 

No passado dia 14 de Abril, reuniu uma Assembleia da população do concelho da Marinha Grande, ao apelo da Comissão de utentes de defesa do S. A.P. (Serviço de Atendimento Permanente) da Marinha Grande.

Esta Reunião/ Concentração – realizada diante da Câmara Municipal – contou com a presença dos autarcas do concelho, dos dirigentes do Sindicato dos vidreiros e de profissionais de saúde, incluindo o representante da comissão de médicos do Hospital de Leiria em luta contra o plano do governo de criar uma Unidade Local de Saúde da região de Leiria integrando oito Centros de Saúde, sob a tutela do Conselho de administração do Hospital de Leiria.

Luís Guerra Marques membro da Comissão de Utentes, introduziu a reunião, informando que nenhuma das Instituições nacionais ou regionais do Ministério da Saúde, tinham respondido às exigências expressas e aprovadas pela população utente, na Reunião do passado dia 30 de março, no edifício da Resinagem, com cerca de 70 pessoas presentes, entre elas, o Presidente da Câmara, autarcas e Presidentes da Junta de freguesia do concelho.

Em seguida, Aires Rodrigues, também membro da Comissão de Utentes complementou:

«(…) Não nos foi dada (pelo Ministério da Saúde e pelas suas instituições regionais) qualquer informação sobre os verdadeiros objectivos pretendidos com a implementação de uma Unidade Local de Saúde abrangendo a gestão de oito Centros de Saúde do distrito de Leiria, presidida pelo Hospital de Leiria, sob a base de um plano de negócio e, sem a audição prévia dos profissionais dos cuidados de saúde primários, o que levou à sua recusa e à constituição de uma Comissão destes profissionais contra esta deliberação e pela sua revogação.

Profissionais que queria aqui saudar, pela sua presença connosco e destacar que esta luta em defesa da saúde pública e do correcto funcionamento dos serviços, tem de ser uma luta conjunta com a dos profissionais de saúde, em defesa das suas legítimas reivindicações e do direito à saúde, como um direito universal, inscrito na Constituição, como uma das principais conquistas de Abril.»

Entretanto foi dada a palavra ao médico Rafael Henriques, da Comissão de Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários, contra a criação desta Unidade Local de Saúde (ULS), que fez um histórico da criação das U.L.S., destacando de uma forma precisa que, das oito já criadas, em particular das últimas sete entre 2007 e 2012, nada indica que houvesse ganhos para a saúde, antes pelo contrário, com o aumento dos tempos de espera na marcação das consultas.

Foi, entretanto, aprovada por unanimidade uma Resolução contendo uma carta dirigida aos responsáveis pelo Sector da Saúde, a nível nacional e regional :

1- Exigindo os meios (pessoal e infraestruturas) que coloquem em pleno funcionamento os serviços de Saúde pública do concelho 

2-Dizendo que os participantes na Assembleia se dispõem a integrar a Jornada nacional de luta organizada pela Frente Comum (dos Sindicatos da Administração Pública, da CGTP), para o dia 20 de Maio, em defesa do SNS e das legítimas reivindicações dos profissionais de Saúde”.

Convocatória

Foto © Comissão de Utentes

Editor

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