Como vai a educação?
As principais referências da semana. Governo, professores e alunos
EDULOG | O que aconteceu de mais significativo no mundo da Educação ao longo desta semana.
FOTO © CVR-NSF
Recapitulando “as medidas”
O ministro da Educação, Fernando Alexandre, fez um diagnóstico do problema da escassez de professores. Depois, apresentou soluções de emergência: reduzir a carga burocrática, atribuir 30 mil horas extraordinárias, contratar técnicos para apoiar os diretores de turma, flexibilizar horários, contratar docentes aposentados e atribuir bolsas de estudo em licenciaturas e mestrados de ensino. São 15 medidas, recorde-as no Diário de Notícias.
A atribuição de duas mil bolsas de estudo, no valor do custo da propina, a novos estudantes matriculados nas licenciaturas e mestrados de Ciências da Educação/Ensino, destaca o Expresso
, é uma das medidas apresentadas. O Governo quer ainda atrair bolseiros de doutoramento e investigadores em áreas científicas onde haja carência de professores.
A contratação de docentes recém-aposentados para disciplinas deficitárias, com uma “remuneração extra” somada à reforma, e também um “suplemento remuneratório até 750 euros mensais brutos” para professores em idade de reforma que queiram continuar a lecionar são outras das medidas do Ministério da Educação, destaca ainda o Expresso.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, comentou à Lusa
as medidas de emergência e a meta de reduzir, no final do 1.º período de 2024/2025, pelo menos 90% do número de alunos sem aulas, definida pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre. “As medidas são positivas, a meta é ambiciosa e concretizável, mas depende do grau de adesão dos professores.”
Mudar de escola, porquê?
Mais de 46 mil professores dos quadros de escola concorreram ao concurso de mobilidade interna para sair no ano letivo de 2024/2025. Isto representa um aumento de 37% face ao último concurso. O Diário de Notícias
questionou dezenas de docentes sobre as razões da mudança. O ambiente autocrático da escola, o excesso de trabalho pro bono e conseguir estar mais perto de casa ainda antes da reforma são alguns dos motivos apresentados.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental diz que recuperar o tempo de serviço dos professores vai aumentar a despesa líquida com salários em 202 milhões de euros em 2028. Porém, o Governo diz que o valor é de 300 milhões de euros. A diferença está, segundo o Ministério da Educação, no facto de os seus cálculos considerarem que todos os professores abrangidos ficam na carreira até aos 70 anos, lê-se no Público.
Criativos, mas insatisfeitos
Os alunos portugueses de 15 anos estão entre os mais criativos da OCDE, mas são também os que menos frequentam, na escola e fora dela, atividades associadas à criatividade. Apenas 10% dizem contactar com conteúdos artísticos, 7% com música, clubes de ciência ou informática e ainda menos (6%) com teatro ou clubes de debate ou com a publicação de jornais escolares (5%). O Público
detalha estas conclusões.
Os estudantes portugueses são os que menos valorizam o contributo dos professores do ensino superior para melhorar a aprendizagem, ao longo do curso, revela o inquérito do Eurostudent realizado em 2022. Apenas 39% dizem que os professores são extremamente bons a explicar os conteúdos lecionados, longe dos 53% da média dos 25 países inquiridos. O Jornal de Notícias
apresenta as conclusões do inquérito da Comissão Europeia.
Desemprego entre os diplomados
Um quinto dos cursos superiores tem uma percentagem de desemprego superior à média nacional. O Público
dá conta de que são quase 200 as formações em que a percentagem de inscritos nos centros de emprego supera os 6%, mas, em contrapartida, há 45 cursos onde não há desempregados, oito dos quais de enfermagem. Os números agora conhecidos dizem respeito aos diplomados entre o ano letivo 2017/18 e 2020/21.
Abre a época de exames
Os exames nacionais do ensino secundário arrancaram na semana passada. Há mais de 156 mil alunos inscritos, 57% querem concorrer ao ensino superior, refere a Lusa. Português do 12.º ano e Mandarim do 11.º ano abriram o calendário. Seguem-se Biologia e Geografia (dia 18 de junho), Física e Química A (dia 21), Matemática A (dia 26), dirigidos aos alunos do 12.º ano. Geometria Descritiva A e História B, as duas dirigidas ao 11.º ano, encerram a primeira fase das provas (dia 28).
Notícias de outros mundos da educação
O Índice Global de Disparidade de Género de 2024 mostra que, embora nenhum país tenha alcançado a paridade total de género, 97% das economias incluídas nesta edição eliminaram mais de 60% das disparidades. Sete economias europeias ocupam o top 10: Islândia (93.5%), Finlândia (87,5%), Noruega (87,5%), Suécia (81,6%), Alemanha (81%), Irlanda (80,2%) e Espanha (79,7%). O relatório é do World Economic Forum.
O abandono escolar sempre foi um problema grave no Teerão, mas no ano letivo de 2023/2024 20% dos alunos que tinham abandonado os estudos voltaram à escola, segundo o Tehran
Times
. A cultura nómada e a distância da escola, são as principais razões para o abandono escolar, sobretudo das raparigas. A criação de internatos e de escolas primárias estão a contribuir para o retorno destes alunos à educação.
Na Irlanda, quase um terço dos alunos do ensino pós-primário não se sentem bem-vindos na escola. A conclusão surge no relatório Perspectives on Bullying Behaviour 2023, que analisa atos de violência física e psicológica no ensino básico e secundário. Os investigadores revelam que há uma “clara reticência” na denúncia e falta de confiança na capacidade dos professores para identificar situações de bullying. Notícia da RTE.