A propósito de embaixadas
OPINIÃO | Helder Costa
por Helder Costa, dramaturgo
Declaração sem interesse nenhum. Não vou comentar o caso da CML, Medina, Embaixada Russa, etc.
Há uns anos eu estava no México num Congresso de dramaturgos e encenadores. Um camarada mais velho e experiente, por acaso argentino, no meio dos debates políticos que fazíamos, perguntou -me :
- Hélder, sabes qual é o país onde nunca poderá haver um golpe de estado militar ?
- não, não sei.
- esse país são o Estados Unidos, porque é o único país que não tem Embaixada Americana…
Achei graça, era o balanço dos inacreditáveis golpes organizados pela CIA na América Latina. E percebi que as embaixadas são verdadeiramente uma extensão física do país proprietário. O que só pode significar um aparelho de protecção e espionagem próprio, independente das estruturas dos países onde se instalam.
A propósito da utilidade desse trabalho de espionagem, recordo o nosso Infante D. Pedro que correu as 7 Partidas e na sua passagem por Veneza e Génova trouxe mapas e pilotos que ajudaram os nossos Descobrimentos. Aliás, as embaixadas têm muita utilidade. Como demonstrou o democrático príncipe da Arábia Saudita ordenando o assassinato e esquartejamento de um jornalista opositor.
Sem comentários.