Danser encore, nós queremos continuar a dançar
TRIBUNA | CULTURA E INTERVENÇÃO ARTÍSTICA, em tempos de pandemia
A orientação mais ou menos formalizada de “feche-se a cultura e a intervenção artística” porque a pandemia não é compatível com ações no espaço público ou nos espaços especializados de performance e desempenho artístico surgiu como um murro no estômago dos profissionais do setor que sentiram, simultaneamente, uma secundarização das atividades de pequena escala e sobretudo de base local nos apoios concedidos pelo Estado face à paragem imposta pelas circunstâncias sanitárias.
E se fosse proibido dançar?
Manuel Branco recordou-nos recentemente aqui no Sem Fronteiras a proibição dos bailes no período da ocupação nazi em França e a organização de bailes clandestinos que exprimiam o descontentamento das populações e serviam para angariar fundos para a Resistência. Dançar e resistir. uma matéria complexa quando se trata de saúde pública mas que os dinamizadores de ações de rebeldia simplificam quando afirmam : é nestas ocasiões que a cultura e a intervenção artística são importantes para prevenir e antecipar qualquer tentação de aproveitamento para aprofundar lógicas de obediências e de submissão.
O movimento DANSER ENCORE que encontrou eco em toda a Europa teve um pouco esta base de ampliação. Podemos visitar algumas expressões desse movimento nomeadamente através da versão portuguesa do autêntico hino que os Hk lançaram em França, a partir de Avignon:
e a VOLTA AO MUNDO
e a versão portuguesa, ali à entrada da Praça do Comércio | Terreiro do Paço