Na Ucrânia não se trava só uma luta interimperialista

OPINIÃO | Guerra Rússia – Ucrânia

por Manuel Rodrigues

Não concordo com vários aspectos da análise de Carlos Matos Gomes.

Primeiro: na Ucrânia não se trava só uma luta interimperialista. É também da classe operária e do povo uma luta pela independência nacional. Não é por acaso que milhares de populares estão a participar na guerra.
Segundo: é errado considerar que já não há povos e países independentes e que é tudo soberania limitada e esferas de influência dos vários imperialismos.
Terceiro: na sua análise Matos Gomes não aborda a importância da luta do povo da Ucrânia contra o invasor, a importância da defesa territorial e da formação e educação militar do povo na luta pela independência nacional (ele e outros camaradas teriam de “repensar” a sua posição sobre o serviço militar obrigatório)
Quarto: é errado considerar o maoismo como manobra do imperialismo americano para enfraquecer a união soviética. É redutor e não tem em conta a evolução quer do movimento operário internacional quer dos movimentos socialistas e comunistas mundiais.

A luta pela independência nacional tal como a resistência a um golpe fascista ou a uma ofensiva revolucionária necessita da participação popular armada. Ninguém nasce ensinado. É o serviço militar obrigatório e até agora o melhor meio para ensinar coisas básicas militares à classe operária e ao povo trabalhador (claro que isso vai prejudicar os interesses da juventude pequeno burguesa, mas não se pode agradar a todos e cada um defende os seus interesses de classe).