IV FÓRUM LPC | O que vai acontecer?
EVENTO CENTRAL | 20 de julho 2022
IV Fórum Liberdade e Pensamento Crítico |23 de julho | Escola Secundária de Camões | 9h30 – 19h30
A semelhança de anos anteriores planeámos um dia que contempla exposições temáticas e de pintura, debates durante a manhã e parte da tarde seguidos de actividades culturais que incluem um concerto a encerrar o evento, antecedido por momentos de dança, teatro e poesia. Também teremos a presença de Associações cívicas e culturais que nos acompanharão todo o dia, mostrando a sua actividade, com mostras gastronómicas, livros e produtos artesanais.
Teremos um espaço dedicado as crianças para que os pais possam assistir com tranquilidade às actividades a decorrer.
0 tema geral do Fórum é Informação e Desinformação, tema esse transversal aos debates que se irão realizar em quatro momentos, em sala, com tópicos que tratam da liberdade, democracia, guerra, paz, refugiados, exílios, ambiente, clima, todos numa perspectiva de denúncia do tratamento deturpado, falseado ou pouco fiel dos acontecimentos que muitas vezes é feito pela Comunicação Social ou até mesmo pelos Governos.
Numa síntese rápida pretende-se fomentar uma reflexão conjunta sobre a verdade e a ética em confronto as notícias falsas, manipuladas.
A verdade que colide com os interesses do poder político e é sonegada; a verdade como ameaça pela confrontação entre interesses e valores, a manipulação da opinião pública, os jogos de poder.
Pela organização
Guadalupe Portelinha
Todos sabemos – e já quase achamos natural – que o que lemos, ouvimos e vemos, a cada hora, sobre os mais variados temas, não corresponde, em rigor, à realidade.
À vista de todos, a publicidade, a propaganda, as falsas “notícias” dificultam cada vez mais, e de formas cada vez mais sofisticadas, a aproximação à verdade, as opções individuais e coletivas, e o próprio conhecimento.
Sem conhecimento e sem verdade, a liberdade que defendemos e o pensamento crítico que a permite, e dela também depende, serão tanto mais limitados quanto, para lá de nos ser sonegada uma informação verdadeira, mais nos for imposta uma verdadeira desinformação, de forma consciente, e potenciada pelo
desenvolvimento tecnológico de uma inteligência artificial sempre mais atrevida, que inclui a gestão algorítmica dos dados de todos nós, paulatina e informaticamente recolhidos e logo armazenados, de modo sistemático, para utilização posterior, presumivelmente por quem detém o poder – cada vez mais financeiro.
Teorias da conspiração?
Neste Fórum se procurará esclarecer quão real é a terrível arma da desinformação, como é desenvolvida e porque deve ser inutilizada, em qualquer guerra, a começar pelas que urge travar contra a pobreza, contra a ignorância, pelo ambiente e pela Terra, pela Humanidade, pela Liberdade, pela Democracia e pela Paz.
Luís Castelo
Durante todo o dia teremos na Sala Lurdes Castro Exposições coordenação Mário Moutinho
Uma das exposições que estará patente no Ginásio da ES de Camões será a da AEP61-74-Associação de Exilados Políticos Portugueses cujos elementos centrais estiveram no Lycée d´Arsonval em S. Maur-les-Fossés em maio passado, aqui apresentados por Manuel Tavares, exilado que permanece em França, membro da associação.
Na Sala António Torrado estará em funcionamento um espaço infantil com acompanhamento e actividades para crianças com a dinamizadora Cláudia Pôla
TEMAS DOS PAINÉIS/DEBATES
(11h – 12h30)
Sala Amândio Silva
Ambiente e Ecologia
Painel: Carlos Ventura, João Camargo, José Louza – moderadora Amélia Resende
O nosso planeta esta gravemente doente, vitima da actividade irreflectida e insensata do homem, pondo em causa a sua própria sobrevivência. Os desastres multiplicam-se e avolumam-se. O equilíbrio de todos os sistemas essenciais à vida foi corrompido. A lista é longa e nada escapa: perda da cobertura florestal, degradação dos solos aráveis, da água (doce e oceânica), do ar, rarefação da camada de ozono, degelo dos polos e dos glaciares pondo em risco zonas urbanas e planícies, desertificação de vastas regiões, agricultura químico-industrial, ameaça nuclear, etc. Consequentemente perfilam-se no horizonte emigrações em massa, fome, miséria, guerra, sofrimento. E se os discursos oficiais começam a aflorar os problemas (com meio século de atraso, diga-se) na prática muito pouco ou nada de substancial se faz.
Perante este cenário, que fazer? Esta a questão crucial do nosso tempo
(11h – 12h30)
Sala Maria de Sousa
Encruzilhadas da Guerra/Caminhos para a Paz
Painel: Carlos Matos Gomes, Pedro Caldeira Rodrigues, Ricardo Paes Mamede – moderador David Zink
No seu livro “Da Guerra”, o general prussiano Carl von Clausewitz, conhecido sobretudo pela observação de que “a guerra é uma mera continuação, por outros meios, da política”, precisou que esta “nunca é um acto isolado”, eta “não surge completamente de súbito, não se estende num momento até ao máximo”. Nesse sentido, toda o conflito bélico carece de compreensão e estudo das suas causas e quanto as suas consequências, sendo que surge no momento em que os diferendos políticos, por vontade (manifesta ou não) de uma ou de ambas as partes não foram resolvidos pela Diplomacia.
Mas a guerra não deixa de ser comandada por responsáveis políticos, que em regra nâo participam nos combates, antes permanecem nos seus confortáveis gabinetes enviando para a frente de batalha a “carne para canhão”. Em contrapartida, poucos são os militares que gostam da guerra (sobretudo os que já a viveram). Não surpreende, pois, que nos media sejam os militares e não os comentadores políticos “fazedores de opinião” quem mais adverte contra os riscos de continuar a senda da guerra.
(14h30 – 16h)
Sala Maria de Sousa
Exilados e Refugiados Sem Fronteiras
Painel: Alexander Kpatue Kweh, Miguela Cardina, José Reis – moderadora Fernanda Marques
O planeta terra, que devia ser apenas a nossa casa comum esta dividido em múltiplos estados, cerca de 195, num total de mais de trinta mil quilómetros de novas fronteiras, limites, cercas, arames farpados, drones de vigilância militar, numa tentativa cruel de controlar seres humanos em fuga. De acordo com os números das Nações Unidas, no final de 2020 havia 26, 4 milhões de refugiados, 4,1 milhões de requerentes de asilo e 4,2 milhões de apátridas. A estes adicionam-se 48 milhões de pessoas deslocadas internamente no seu próprio pals, tanto em resultado de conflitos armados como por razoes ambientais. De referir que em nenhuma destas estatísticas esta contabilizado o caso recente da população ucraniana, vitima da guerra. Temos pois mais de 82 milhões de deslocados em todo o mundo, sendo 42% menores.
A estes números acrescem 272 milhões de migrantes, mais de metade dos quais a trabalhar na Europa e na América do Norte.
Em suma, uma parte significativa da população mundial encontra-se em fuga graças às consequências catastróficas do capitalismo global, a que se deve acrescentar os efeitos da pandemia Covid 19 que contribuiu para acentuar as diferenças brutais entre as populações e entre os povos. Enquanto os super—ricos até já se preparam para uma fuga do planeta, centenas e centenas morrem no mediterrâneo ou nas fronteiras, crianças e mulheres são traficadas, enquanto lutam apenas pela sobrevivência.
(14h30 – 16h)
Sala Amândio Silva
Democracia, Liberdade e Pensamento Crítico
Painel: Mário Tomé, Paulo Pedroso, Raquel Varela – moderador Jacinto Rego de Almeida
A fragilidade da democracia representativa em vários países do Ocidente, alguns deles com forte tradição democrática, tem surpreendido a opinião publica, os tradicionais partidos políticos e a sociedade civil nos últimos anos. O que têm em comum países como os E.U.A. desde o início do governo de Donald Trump ou o Brasil desde o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff? Ou da Hungria com o Presidente Orban prestes a iniciar o seu quarto mandato ou a Nicarágua com o Presidente Noriega a eternizar-se no poder? Ou o golpe paramilitar que afastou temporariamente o presidente eleito da Bolivia Evo Morales? Ou a eleição de Rodrigo Duterte para Presidente das Filipinas bem como a eleição de Berlusconi em Itália e a posterior ascensão de Salvini ao governo italiano, ou o enfraquecimento da democracia na Polónia? Ou, para não referir outros casos, a perpetuação no poder de Nicolas Maduro na Venezuela? Parece espalhar-se um cansaço da democracia representativa pela dificuldade na solução ou solido encaminhamento de problemas básicos pelos eleitos das sociedades que representam. Ou não?
(16h – 17h30)
Poesia ( com “ Dois de Palavra”-Domingos Lobo e…, intervenções livres ) ; Teatro ( sketch “As mulheres na música do Zeca” com Chris de Macedo e Rodrigo Augusto); Dança ( grupos a confirmar); Gastronomia( mostra das associações presentes) – coordenação de André Barba Ruiva e José Sabugo
(18h-19h30)
Concerto no Auditório Camões /Reserva obrigatória
Com várias participações, entre elas Davide Zaccaria, Maria Anadon, Vitorino e mais.
Apresentação por Júlio Isidro
Coordenação de Moema Silva e Manuel Teixeira
Fotos © Publicações do FLPC 2027 e 2019 | Fontes individuais dos retratados | CR/Caixamedia