15 de Setembro, 2024

Fundação Mário Soares e Maria Barroso | Resistência feminina no jornalismo em debate

Ciclo de Conferências Resistência no Feminino

Realizou-se ontem dia 15 de dezembro, quinta-feira, às 17h30 a sétima sessão do Ciclo de Conferências Resistência no Feminino que refletiu e debateu sobre o tema Resistência Feminina no Jornalismo: Percursos, Lutas e Conquistas. Esta sessão contou com as intervenções da investigadora Filipa Subtil (ESCS-IPL e ICNOVA) e do investigador Pedro Marques Gomes (ESCS-IPL, HTC-NOVA/FCSH e ICNOVA), que moderou, assim como com os testemunhos de Maria Antónia Palla, Sofia Branco e Carolina Reis. 


Foi muito bom. A sério

por Carlos Pereira Martins

Numa primeira intervenção, Filipa Subtil, professora da ESCS-IPL e da ICNOVA, investigadora, introduziu o tema das mulheres jornalistas no Estado Novo, que eram poucas e ainda para mais, muitas utilizavam pseudónimos de homens para dificultar a sua identificação. Pormenorizou as condições registadas até aos dias de hoje, com muitos dados e desenvolveu, em termos gerais, o tema das mulheres na cultura.


Seguiu-se, na mesa, um painel com testemunhos de  Maria Antonia Palla, Sofia Branco (Presidente da Lusa e do Sindicato dos Jornalistas) e Carolina Reis (jornalista da SIC Noticias) que foi moderado por Pedro Marques Gomes (ESCS, U. NOVA e ICNOVA).

Foi uma excelente sessão sobre o papel das mulheres no jornalismo. Tive o grande prazer de ouvir e estar com Maria Antonia Palla e Osita Eleutério, a Secretária de sempre do saudoso Presidente e amigo Mário Soares! Foi muito bom. A sério.

Maria Antónia Palla esteve muito bem, principalmente centrada no seu tempo, ou seja, como se entrava para um jornal e para o jornalismo nesses anos 60, 70 e seguintes. Por sua vez Sofia Branco também teve uma intervenção brilhante sobre o momento actual e as condições das mulheres na imprensa e no jornalismo de uma forma mais geral. Sofia Branco esteve connosco na Associação 25 de Abril num almoço-debate, há uns 4 anos. Perguntei-lhe ontem se o retrato que nos fez naquele dia tinha mesmo piorado assim tanto, comparando com a intervenção e os dados que ontem avançou ou se era apenas impressão e interpretação minha. A resposta foi categórica. Claramente, piorou.

A outra interveniente, jornalista da SIC, que esteve na Ucrânia entre Julho e Setembro do corrente ano, centrou-se muito mais nas questões de género, os/as LGBT, principalmente nesse terreno temático.

Foi bom. em Janeiro, haverá mais.

Carlos Pereira Martins

Fotografias © Carlos Pereira Martins

OA ARQUIVOS DE MÁRIO SOARES E MARIA BARROSO

Intervenção:

Mulheres jornalistas: da cultura como resistência no Estado Novo à resistência ao neoliberalismo do presente

FILIPA SUBTIL — ESCS-IPL e ICNOVA


Testemunhos:

MARIA ANTÓNIA PALLA — Jornalista do Diário PopularO Século IlustradoVida Mundial e A Capital. Cronista do Diário de Notícias e grande repórter na RTP, onde foi responsável, em 1976, pela série documental “Nome Mulher”, conjuntamente com Antónia de Sousa. Opositora à ditadura, desenvolveu uma intensa atividade em defesa da liberdade de imprensa. Primeira mulher vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas e presidente da Caixa de Previdência dos Jornalistas. 

SOFIA BRANCO — Jornalista da Agência Lusa. Foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Jornalistas em Portugal. Trabalhou no jornal Público durante dez anos, recebendo vários prémios por artigos publicados, entre os quais a Medalha de Ouro da Assembleia da República pelos trabalhos sobre a mutilação genital feminina.

CAROLINA REIS — Jornalista na SIC. Começou o seu percurso na secção de política do Público, integrando depois a equipa do Expresso. Acompanhou temas como o aborto, as barrigas de aluguer, a violência doméstica, a igualdade de género, os direitos LGBTIQ+ e a família.

Editado SF |

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