FLPC – Amanhã há Fórum no Camões
Textos de motivação para o debate no FÓRUM (5)
Guadalupe Portelinha assina o Apelo à Participação no Fórum
Apresentamos o quinto texto de motivação para o debate sobre o próprio Fórum da autoria de Guadalupe Portelinha, debate que é esperado e desejado no Fórum Liberdade e Pensamento Crítico que está agendado para sábado dia 15 de julho no Liceu Camões em Lisboa.
Trata-se de um apelo à militância, à ação. para mudar o mundo, para mudar o paradigma de desenvolvimento, para que o meio ambiente seja respeitado e a democracia participativa aprofundada. Admite-se que seja possível que cada um seja dono do seu destino e mude a sua vida através do exercício de uma cidadania activa e de compromisso.
Nem sempre, no Apelo, está presente o objetivo da construção de um pensamento crítico que seja resultado de reflexões e debates com contraditório de espectro largo. Antes admite-se que o que é preciso é agir, denunciar e reforçar Posições Críticas, em vez de Pensamento Crítico, o que certamente limitará o alcance do Fórum que irá convencer principalmente participantes, “convencidos”.
CR | Sem Fronteiras
O vº Fórum Liberdade e Pensamento Crítico
por Guadalupe Portelinha
O sonho era e continua a ser grande e a coragem e a determinação também, inspirados em muita gente, em todos aqueles que sempre tiveram a liberdade e o pensamento crítico como prática e como mensagem, e, no nosso caso, para além de outros, Amândio Silva e Camilo Mortágua, grandes obreiros deste Projecto que se iniciou em 2018.
Fundamentamos o nosso programa nessa vontade de motivar a sociedade civil que deve estar atenta para as questões da justiça social e da democracia e indignar-se com os dislates e injustiças com que somos permanentemente confrontados e convidá-la a agir, a defender essa ideia maior, mas não utópica, de mudança e transformação social. Neste grupo que organiza os Fóruns existe essa necessidade quase física de mudar o mundo, de mudar o paradigma de desenvolvimento, de respeitar o meio ambiente, aprofundar a democracia participativa, em que cada um seja dono do seu destino e lhe compete mudar de vida, mudando a vida, através do exercício de uma cidadania activa e de compromisso.
Passados 49 anos depois do 25 de Abril verifica-se amargamente que apesar do muito realizado, ainda falta qualidade à nossa democracia. Esta democracia já não tão jovem, mas que está muito imperfeita, incompleta, porque ainda não dá espaço à autonomia e dignidade das pessoas, à justiça social. Por isso o nosso apelo com a realização destes Fóruns para motivar a denúncia e participação individual, a capacidade organizativa, a luta do colectivo perante esta realidade. Para a capacidade de dizer NÃO!
Há que trabalhar “a cultura do desassossego”. Questionar a realidade e confrontar a apatia e a inércia. Não ceder perante o comodismo, perceber que o se passa no mundo e no país não acautela o bem-estar das pessoas. Não se pode ficar indiferente perante os milhões de seres humanos que morrem de fome e na guerra. Não podemos ignorar o percurso trágico de milhares de refugiados. Não podemos permitir que as pessoas percam as suas casas pela ganância de poucos. Temos que começar ontem, podemos começar hoje, nunca deixar para amanhã, como cantava António Variações. Sophia dizia que “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar” e Francisco Fanhais tem cantado esse grande poema aos sete ventos. Há que os seguir, fazendo e cantando.
Também precisamos de uma cultura da paz. Todos os seres humanos só pelo facto de nascerem têm o direito de ser felizes. As guerras que alastram por esse mundo têm que ser negociadas para que a humanidade se salve.
E como defendia Sérgio Godinho numa canção, cujas palavras-chave são o mote neste V Fórum Liberdade e Pensamento Crítico: “só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a saúde, educação… No dia 15 de Julho vamos falar sobre estes temas que a canção proclama, estar em conjunto a viver experiências partilhadas, a crença que um mundo melhor é possível, mas com a consciência que é preciso lutar por ele. No dia 15 de Julho, das 9.30 às 19.30 vamos reflectir sobre as conquistas do passado e mostrar a nossa vontade de que o futuro se torne um presente sempre reinventado e justo sem nunca esquecer as palavras da canção.