14 de Outubro, 2024

EXPOSIÇÃO 50 cravos no Aljube

AGENDA – Museu do Aljube | 1 de fevereiro – 31 de março

50 Cravos

01 DE FEVEREIRO A 31 DE MARÇO DE 2024

Fonte Museu do Aljube

Durante os últimos 9 meses, cerca de 100 cartazes da autoria do ilustrador Sérgio Condeço estiveram em diversos pontos do país e convidaram à intervenção popular direta, numa reflexão sobre os valores de Abril e os 50 anos da Revolução.

Os cartazes estiveram colocados em escolas, bibliotecas, ruas, empresas públicas e privadas, e o público interveio escolhendo uma destas formas: escrevendo, pintando, rasgando, manchando, grafitando, sobre o que representam, para cada um, o cravo e a frase “em cada rosto”, com o propósito de compreender, atualmente, a importância sobre os valores de Abril.

Parte do resultado destas intervenções populares, originais e fotografia, materializam-se nesta exposição temporária — “50 Cravos”.

Locais onde estiveram os cartazes:

Almada, Arraiolos, Aveiro, Braga, Caldas da Rainha (ESAD), Coimbra, Évora, Ílhavo, Lisboa (Alvalade, Baixa, Beato, Carnide, Chelas, Escola António Arroio, ESBAL), Portalegre (Casa Branca), Porto (Cedofeita, FBAUP, Miguel Bombarda), Rio de Mouro (ICE), Setúbal.
Além destes locais, a Faculdade de Letras da Universidade de Santiago de Compostela une-se a esta celebração, intervindo sobre os cartazes, e assinalando também o facto de ter sido ali que Zeca Afonso cantou ao vivo, pela primeira vez, a canção “Grândola, Vila Morena”, em maio de 1972, de onde foi retirado o verso “em cada rosto”.

Projeto criativo:

Cinquenta anos após a Revolução dos Cravos, quais são os valores que continuamos a defender? Qual é a consistência da liberdade que a Revolução nos trouxe? O que é a liberdade, hoje? Cinquenta anos depois, continuamos a lutar diariamente por valores que pensávamos estarem já enraizados na sociedade portuguesa. No lugar da consagração de valores sociais, económicos e culturais transversais a todas as classes sociais, assistimos hoje a um desvio de tudo o que ambicionámos nas últimas cinco décadas. É fundamental questionar até que ponto conseguimos reconhecer e identificar estes valores. Partindo da base democrática de Abril, é preciso perguntar, nos dias de hoje, a todos, em particular à nova geração, educada já sob princípios consagrados, que importância têm e como são por ela praticados. É necessário indagar, questionar, provocar não só os mais novos, que cresceram à sombra deste conforto sociopolítico, mas também às gerações que, ao longo das últimas décadas, foram perdendo a esperança que o 25 de Abril lhes trouxe num país, que aos poucos, foi deixando para trás os seus inadaptados. Em cada rosto, igualdade?

Sobre o autor:

Sérgio Condeço (1968) nasceu no Estoril, Portugal, e, ainda bebé, foi viver para Nampula, Moçambique, de onde regressou com 10 anos. Aos 19 anos, mudou-se para o Porto onde se formou em Design Têxtil pelo CITEX, trabalhando como designer até 2015. No ano seguinte,, e por um período de três anos, foi diretor artístico do Programa Partis, sob o tema “Arte para Inclusão” com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, numa parceria do Conselho Português para os Refugiados. Atualmente, colabora frequentemente em exposições coletivas e a solo, e tem ilustrações publicadas em várias revistas e jornais. Em 2019, ilustrou o seu primeiro livro, da autoria de Fernanda Freitas, pela editora Penguin Random House, com a qual viria a trabalhar noutros títulos. Ao todo, ilustrou já treze livros, de autoras como Adélia de Carvalho e Catarina Ferreira de Almeida, entre outros nomes. Sérgio Condeço faz hoje parte do coletivo artístico “Lusco Fusco”, com sede em Alvalade.

Editor

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