19 de Setembro, 2024

O calor da amizade e dos reencontros invadiu o Porto de Honra onde também foram comemorados os 50 anos do 25 de Abril

O encontro estava marcado para a hora de almoço mas muitos quiseram antecipar os abraços e chegaram mais cedo que previsto.

Hélder Costa e Tino Flores

A verdade é que as idades avançadas desaconselham os atrasos. O tempo com os outros tornou-se tão precioso quanto o ar que se respira. Neste caso, os outros são sobretudo importantes porque desenharam muito daquilo que cada um deste grupo acaba por ser. Moldamo-nos como pessoas com e através dos outros, nas interações sociais que realizamos, mas aqui o molde foi determinante para quase uma vida inteira.

No percurso para o Porto de Honra, restaurante que funciona no Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto, a indicação lateral de uma Escola de Mergulho poderia ter levado ao engano. Sabe-se que estes reencontros acabam por libertar memórias escondidas e até narrativas surpreendentes de acontecimentos que foram muitas vezes revelados por protagonistas indiretos. Mergulhar no passado era operação garantida ou seja afinal ali, o mergulho era outro.

Porto de Honra, uma casa da cidade

Abraços de microfone

Desde a chegada que se confirmou que a atividade central do almoço iria acontecer em tudo o que era sítio, mas não principalmente nas mesas. Os corredores, as zonas de acesso e o hall de entrada foram os espaços escolhidos para os abraços e as inevitáveis exclamações iniciais “Eh! pá estás cada vez mais novo! Há quanto tempo!”. Mas também houve abraços de microfone, José Praça encarregou-se da tarefa anunciada por Álvaro Braga, o anfitrião da jornada.

Álvaro Braga [com Tito Baião] e José Praça na saudação inicial dirigida aos presentes

Palestina teve voz

Pedro Bacelar de Vasconcelos fundamentou de forma sóbria a razão de uma mensagem relacionada com o povo palestiniano e leu um poema. As palmas foram de agradecimento a quem declamou e de raiva contra o genocídio que Israel está a levar a cabo na Faixa de Gaza.

Pedro Bacelar Vasconcelos trouxe a Palestina ao encontro do Grito do Povo

Hélder Costa

Incontornável num quadro político e organizativo de que foi fundador, o dramaturgo e homem de teatro que continua a inspirar rebeldias, foi acolhido de forma especial. Alguns relembraram “a queda do Comité Central” outros o “golpe Matos e Viriato” e sucessivamente. Tino Flores ao seu lado alimentou pela tarde fora a rememoração de cumplicidades infindáveis.

Reencontros e conversas sem fim

As conversas em pequenos grupos foram a matéria-prima central de um almoço que se prolongou pela tarde fora. Até que alguém avisou que os primeiro manifestantes do desfile dos 50 anos do 25 de Abril estavam a chegar aos Aliados. Então tudo se precipitou. Os abraços foram mais rápidos e as despedidas incompletas. O 25 de Abril na RUA não podia esperar. Informaram os organizadores que para o ano há mais!

Conversas e reencontros

Fotos © Carlos Valentim Ribeiro /NSF

Editor

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