14 de Setembro, 2024

O governo de direita fala de caos no SNS, mas então que olhe para França

O alarido em torno das dificuldades existentes no SNS só tem um objetivo, entregar mais serviços aos privados

“O que tu queres sei eu!” esta frase que Ricardo Araújo Pereira tornou célebre no tempo dos Gato Fedorento aplica-se à perfeição à atuação de Luís Montenegro e da sua Ministra da Saúde que já clarificaram no PETS-Plano de Emergência e Transformação da Saúde que os objetivos de reforçar o financiamento e a atribuição de serviços aos operadores da área social e dos privados são uma das soluções prioritárias.

A justificação para esta aceleração é o denominado “caos na saúde” que está a ser ampliado por alguma comunicação social solidária com o diagnóstico infantil realizado pelo governo. Como afirmou recentemente o ex-ministro da Saúde Correia de Campos na televisão “É um clássico esta forma de agir do PSD. Sempre que chega ao governo dramatiza tudo e procura impor as suas soluções apesar da realidade revelar algo de completamente diferente”.

Veja-se a situação em França relatada pela France Inter.

“Na Mayenne, Vaucluse ou Meurthe-et-Moselle: serviços de emergência encerrados em toda a França

Esta quarta-feira, a agência Radio France conseguiu produzir um mapa do encerramento dos serviços de urgência nos hospitais em França, graças às informações dos nossos colegas da rede local France Bleu. Este inventário evidencia uma situação muito complicada no momento.
Os verões sucedem-se e são iguais no hospital público. Ainda sob tensão, por falta de pessoal suficiente, e enquanto a atividade é mais forte junto dos veraneantes nas regiões turísticas. Na Sarthe, Charente-Maritime ou Moselle, muitos serviços de emergência têm de encerrar, pelo menos temporariamente, durante estas férias de verão. A lista é longa e não é exaustiva.
Urgências abrem apenas pela manhã”.

“Alguns, sobretudo médicos, estão a antecipar o regresso de férias”

Porque será que estas situações, em França e noutros países nunca são noticiadas em Portugal? A ideia segunda a qual as dificuldades serão só no nosso país tem por objetivo justificar medidas urgentes de privatização dos serviços de saúde. Uma velha batalha da direita: enfraquecer o SNS para, quando for oportuno, o matar.

Editor

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