8 de Outubro, 2024

Um apelo dos ativistas que desenvolvem uma ação de apoio solidário aos migrantes dos Anjos

O apelo é da Mariana Carneiro, ativista que se tem dedicado diretamente ao processo de regularização dos migrantes que se encontram nas imediações da Igrja dos Anjos.

Largas dezenas de migrantes, na esmagadora maioria do Senegal, Gâmbia e Mauritânia, continuam a dormir em tendas nas imediações da Igreja dos Anjos em condições desumanas. Já lá vão, em alguns casos, sete meses! Estas pessoas submeteram-se a uma viagem de barco desde o continente africano em condições muito difíceis. Arriscaram a vida à procura de um futuro melhor, de um futuro digno. Viram morrer pelo caminho amigos e irmãos.

O esforço de coletivos e ativistas tem sido essencial para assegurar uma alimentação mais equilibrada, acesso a medicamentos, e tem facilitado a integração destes migrantes, mediante a sua participação em desportos coletivos, aulas informais de português e outras iniciativas. Este é um processo muito bonito de auto-organização e participação coletiva.

Pessoalmente, entre outras questões, tenho-me dedicado diretamente ao seu processo de regularização em Portugal, mediante a obtenção dos seus documentos e a realização das diligências burocráticas necessárias junto da AIMA.

Já foi percorrido um longo caminho até aqui, pejado de desafios, de dificuldades, de uma teia burocrática infindável e de entraves inaceitáveis no usufruto de direitos, no acesso a bens e serviços.

Agora o maior desafio é encontrar trabalho com contrato e direitos. Estas pessoas querem aqui viver, aqui trabalhar. Precisam de ajudar as suas famílias que ficaram para trás, e querem também ajudar a construir este país, que também precisa delas. 

Para encontrar trabalho digno, foram feitos contactos massivos junto de cooperativas, sociedades e associações agrícolas, vitivinícolas e florestais, e de inúmeros produtores a nível nacional.

É possível perceber pelas inúmeras respostas que a necessidade de trabalhadores é gritante, mas os obstáculos são muitos: não há alojamento disponível; é preciso assegurar o transporte para o local; é preciso assegurar mantimentos para os primeiros dias.

Foram recebidas propostas irrecusáveis, que garantem a estas pessoas um contrato, direitos laborais, uma porta de entrada para a tão desejada e merecida integração laboral e, consequentemente, também social. Em alguns casos, com um vínculo efetivo. 

Para ser possível encaminhar os migrantes para estas ofertas, neste caso específico no norte do país – Guarda, Oliveira do Hospital e Alijó –, é preciso a tua ajuda.

Se quiseres colaborar contacta com a Mariana Carneiro
965363951

Editor

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.