Franco-atirador dos bidonvilles e da emigração portuguesa
AGENDA – Gérald Bloncourt homenageado no Porto | dia 9 de novembro na UNICEPE
No próximo dia 9 de novembro (sábado), terá lugar na cidade do Porto a conferência “Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa”, em homenagem ao “franco-atirador” dos bidonvilles e da emigração portuguesa “a salto” nos anos 60 e 70.
A conferência de homenagem, seis anos após a morte de uma personalidade ímpar que durante mais de duas décadas escreveu com luz a vida dos portugueses em França e em Portugal, realiza-se às 15h30, na livraria Unicepe, um espaço cultural de referência na cidade invicta. E será proferida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, autor de obras de referência sobre o trabalho fotográfico de Bloncourt ligados à emigração e à génese da democracia portuguesa.
O fotógrafo Gérald Bloncourt (1926-2018), acompanhado do historiador da diáspora Daniel Bastos, em 2015, no âmbito do lançamento em Paris do livro “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”
Centrada na abordagem do trabalho e percurso de vida do fotógrafo que imortalizou a epopeia da emigração portuguesa, a sessão de homenagem, aberta à comunidade, inclui ainda a reapresentação do livro “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”.
Uma obra concebida e realizada por Daniel Bastos em 2015, que contou com prefácio de Eduardo Lourenço e tradução de Paulo Teixeira, onde é retratado através do espólio de Gérald Bloncourt, a vida dos emigrantes portugueses nos bairros de lata nos arredores de Paris, conhecidos como bidonvilles, que já integraram várias exposições em Portugal e França, e que fazem parte do arquivo da Cité nationale de l’histoire de l’immigration em Paris, e do Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe. Assim como, a primeira viagem a Portugal na década de 1960, onde retratou o quotidiano das cidades de Lisboa, Porto e Chaves; a viagem a “salto” que fez com emigrantes portugueses além Pirenéus; e as comemorações do 1.º de Maio de 1974 em Lisboa, que permanecem como a maior manifestação popular da história portuguesa.