22 de Janeiro, 2025

NAM destaca o papel de Almada Contreiras na História recente de Portugal

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Homenagem à memória do militar de Abril que foi central na Armada e na luta pela democracia

O Movimento NAM-Nâo Apaguem a Memória emitiu um comunicado relacionado com a morte de Carlos Almada Contreiras, enaltecendo a atividade democrática e revolucionária do militar de Abril que, na comunicação social está a ser reduzido a um mero episódio, importante é verdade – indicar o Grândola Vila Morena como sinal dos revoltosos do 25 de Abril – mas que não pode ser a marca de alguém que desempenhou um papel central na História recente de Portugal.

Almada Contreiras

Comunicado do NAM

Faleceu no passado dia 18 de dezembro deste ano de 2024 o Militar de Abril e lutador pela Democracia e pela Liberdade Carlos Almada Contreiras.

Nesta hora de mágoa e de luto, a Associação “Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM)” quer, em primeiro lugar, enviar as mais sentidas e solidárias condolências à Família enlutada, ou seja, às suas três filhas, ao seu neto, aos seus irmãos, mas também aos seus sobrinhos. 

Nestes tempos de uma absolutista cultura do superficial e do efémero, Carlos Almada Contreiras está a ser recordado por ser a pessoa que indicou a senha para o desencadear da operação militar que pôs fim aos 48 anos de ditadura do Estado Novo. O que é verdade, porque era boa a sua ligação com as pessoas da Comunicação Social, mas o cidadão exemplar Carlos de Almada Contreiras foi bem mais do que isso.

Na verdade e como também por outros já foi referido, mas que se impõe voltar a sublinhar, ele foi um pioneiro no estabelecimento de ligações entre os oficiais da Marinha organizados politicamente na oposição à ditadura de Salazar e Caetano e o Movimento dos Capitães gerado no seio do Exército, e desempenhou um muito relevante papel na elaboração do Programa do MFA, bem como na colaboração que, no seio do Movimento das Forças Armadas, os marinheiros promoveram com os seus camaradas do Exército e também, ainda que em menor escala, com os da Força Aérea, igualmente se lhe devendo o controlo das comunicações da Marinha, onde as ligações à NATO e principalmente a Espanha se revelariam muito importantes no decorrer das Operações.

Para além de outras actividades de natureza cívica e de preservação da Memória, nomeadamente através da escrita de livros e da edição de outras publicações, Carlos de Almada Contreiras, que foi membro da Comissão Coordenadora do Programa do MFA, do Conselho de Estado, do Conselho dos 20, do Conselho da Revolução e do S.D.C.I., teve um papel fulcral no pós 25 de Abril, contribuindo decisivamente para a acção do MFA, e para a criação e consolidação da Democracia e do Estado de Direito em Portugal, quer antes quer depois do regresso dos militares aos quartéis, tendo ainda desenvolvido uma actividade fundamental na

ligação dos Capitães de Abril a Oficiais do país vizinho que foram determinantes no fim do regime da ditadura franquista, ligação essa que se manteve após a abertura democrática em Espanha.

E é por tudo isto que, especialmente quando, incrédulos, estamos a assistir em Portugal a actuações da PSP que são típicas de Estados totalitários que, algumas delas, como a que ocorreu em Lisboa na passada quinta-feira na Rua do Benformoso/Martim Moniz, trazem à memória não apenas as acções repressivas do Estado Novo, mas até as perseguições nazis aos judeus que viviam no gueto de Varsóvia, o militar de Abril e cidadão exemplar Carlos de Almada Contreiras tem imperiosamente de ser louvado e recordado. Ele bem o merece.

Lisboa, 21/12/2024

A Direcção da Associação “Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM)”

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