8 de Outubro, 2024

LIVROS | 19 agosto 2022 | Nelson Anjos

       Em vez da morte preferia uma proposta/plano dos autores – Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores universitários em Harvard – orientada principalmente para a defesa da democracia, assente desde logo no seu aprofundamento e desenvolvimento. E sobre tal assunto a obra não avança muito. Ficando-se pela ideia de que, se para além dos princípios fundadores inerentes à própria ideia de democracia, vertidos nas constituições, forem acauteladas práticas de bom senso tais como tolerância mútua e autolimite institucional, tudo caminhará sobre esferas e a democracia terá assegurada a glória da vida eterna (a “glória da vida eterna” é minha).

       Olhem que não Senhores Doutores, olhem que não! – Assim… prefiro Marx. Embora não seja marxista. Ou melhor: sou-o, no sentido em que sou também muitas outras coisas. O homem não sabia tudo mas sabia por exemplo que a democracia, como qualquer outro modelo político, que a tenha antecedido ou lhe venha a suceder, é sempre a expressão do equilíbrio entre as forças sociais em presença, em cada contexto histórico-social. Se não for rigorosamente assim, será aproximadamente assim. Quanto às tricas e enredos palacianos entre democratas e republicanos, em que o livro se perde e consome páginas em excesso, parecem-me pormenores secundários.

     Não concluí a leitura da obra, não a recomendo e não vou perder mais tempo com ela.

nelson anjos

Editor

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