Recusar a guerra, agir contra a incorporação forçada!
publicado 26 de setembro 2022 | SF com Irene Pimentel
Muitos jovens russos e cidadãos incorporados à força recusam a guerra
A Euronews informou de forma precisa sobre a situação dos reservistas na Rússia e de forma mais concreta sobre a recusa de participação na Guerra que opõe o país à Ucrânia.
“Enquanto os reservistas começam a ser transportados para postos de controlo de unidades militares, Vladimir Putin assina um decreto que endurece as penas para deserção, desobediência ou recusa de lutar. Os infratores podem ser punidos com dez anos de prisão.
Mas há quem esteja motivado para o combate. Um jovem afirma: “O estado de espírito é muito combativo. Eu queria isto. Queria ir com o meu irmão, mas ele foi chamado antes. Agora fui chamado, e vim. É meu dever defender a minha pátria”.
Depois de passarem por um controlo sanitário completo, os reservistas recebem armas e iniciam o treino de combate.
Enquanto isso, há milhares de outros russos que preferem abandonar o país, uns para não serem mobilizados, outros porque não concordam com o rumo que o país está a tomar.
Segundo o serviço de mapas online russo, Yandex, as filas na fronteira entre a Rússia e a Geórgia eram, na sexta-feira, de dez quilómetros.
Segundo o site independente Medusa, há quem espere cerca de dez horas para sair da Rússia.
Irene Pimentel sem dúvidas sobre a posição a tomar
“Já por três vezes comparei a recusa de participação de russos (condenados a 15 anos no caso de não quererem ser mobilizados) na guerra de agressão de Putin com os desertores portugueses da guerra colonial e apelei a que os países europeus os recebessem, tal como o fizeram a Suécia, Dinamarca e Holanda. Os outros países de exílio de portugueses (França, Alemanha, Bélgica) não abriram as portas nem receberam mas também não os extraditaram para Portugal”.
A posição da historiadora vem reforçar a ideia-força que os processos históricos repetem-se em domínios tão significativos como a oposição às guerras injustas.
A Euronews informou ainda “Um residente de Stavropol que decidiu partir diz: “Pânico, todas as pessoas que eu conheço estão em pânico. A maioria das pessoas não sabe o que fazer, muitas não podem sair. Mais de setenta por cento da população não tem passaportes”.
À fronteira com a Finlândia chegaram na sexta-feira muitos homens em idade de serem mobilizados. Chegam de carro ou de autocarro aos três postos fronteiriços que permanecem abertos.
A Guarda de Fronteiras finlandesa disse que as filas têm vindo a crescer, tanto em Vaalimaa como em Nuijamaa, ambas localizadas na parte sul da Finlândia, que partilha a fronteira mais longa com a Rússia de todos os países membros da União Europeia.
Os guardas fronteiriços de Vaalimaa dizem que o fluxo de entradas subiu 107% nos últimos dias.
A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros (830 milhas) com a Rússia e o país tem estado regularmente classificado entre um dos destinos de viagem ou escalas ocidentais mais populares para turistas russos.
Outros destinos para os russos que fogem da mobilização por terra ou por ar incluem a Mongólia, Turquia, Arménia, entre outros.
EURONEWS 24 de setembro 2022″
Obviamente que não
Entretanto foi divulgada a recusa, no mesmo sentido, do filho do porta-voz do Kremlin nos seguintes termos (pela SIC Notícias).
“O filho de Dmytri Peskov, porta-voz do Kremlin, está a ser acusado de fugir à mobilização militar, anunciada esta quarta-feira por Vladimir Putin. Nikolai Peskov foi alvo de uma ‘partida’ por parte de opositores ao regime russo e recusou ir combater para a Ucrânia.
“Obviamente que não”, respondeu Nikolai Peskov, de 32 anos, quando recebeu a chamada. Os apoiantes de Alexey Navalny, o maior opositor de Putin, fizeram-se passar por oficiais de recrutamento, afirmando que Nikolai Peskov tinha sido convocado para o exército e teria de se apresentar no dia seguinte para um exame médico. A conversa foi divulgada pelo site independente russo The Insider“.
Fontes Euronews, The Insider, Sic Notícias.