Exils au Féminin no Luxemburgo
Versão francesa do livro Exílios no Feminino vai ser apresentada em Dudelange e na cidade do Luxemburgo
É já na próxima segunda-feira, dia 11 de março que o lançamento do livro na sua versão em língua francesa terá lugar nas instalações do CDMH-Centre de Docummentation sur les Migrations Humaines, em Dudelange no sul do Luxemburgo.
No dia seguinte, na Salle José Ensch do Centre Culturel de Rencontre de l´Abbaye de Neumunster, na cidade do Luxemburgo, uma segunda apresentação ocorrerá seguida de uma Mesa Redonda.
Um livro com história
Há um ano atrás, mais exatamente no dia 6 de março, foi lançado na Biblioteca de Alcântara, o livro Exílios no Feminino que tem por ponto de partida o percurso realizado por sete mulheres, “de luta e de esperança” como se indica no subtítulo, com destaque na publicação para o caminho percorrido no qual foram intensamente vividas atividades de resistência antifascista, o exílio político e a participação ativa na construção da democracia pós-25 de abril e nas ações visando a transformação social do país.
Um ciclo de apresentações públicas, em várias cidades e vilas do país, teve lugar nos meses a seguir ao evento de Alcântara e, entretanto, um filme documentário sobre o tema, que será exibido na RTP em abril 2024, teve uma antestreia na Associação 25 de Abril com a presença de um público numeroso e de Vasco Lourenço.
Um novo ciclo em liberdade
Um novo ciclo do livro, que foi co-editado na versão portuguesa pelas Edições Afrontamento e pela AEP61-74, tem agora lugar com a cedência da utilização dos textos pelas autoras e da concepção e realização pelo coordenador editorial ao CDMH- Centre de Docummentation sur les Migrations Humaines du Luxemburgo que, por sua vez, edita a versão em língua francesa.
Surge assim um relançamento de um projeto, cuja marca central no anterior processo de desenvolvimento foi a diversidade, a liberdade de opiniões, as ideias críticas, a procura de explicações para as experiências vividas e antes de mais a voz livre e ousada de mulheres em relação às narrativas produzidas até então sobre os exílios políticos e as relações de poder existentes nos círculos politico-partidários tidos por promotores de ideias progressistas e até revolucionárias.
Assim, depois de uma interrupção provocada pelas reações que tentaram impedir o debate aberto e a reflexão coletiva sobre este ciclo histórico a partir dos conteúdos do livro, é agora possível reabrir a “conversa” sem restrições e promover tertúlias, inclusivamente em vários países da Europa.
Um método colaborativo, não-diretivo
Para traduzir o livro para francês foi constituído um coletivo solidário que envolveu a coordenadora do projeto da versão portuguesa, algumas autoras dos textos, um grupo de apoiantes em Portugal e França do mundo da revisão e da tradução e o coordenador editorial-editor. Um verdadeiro trabalho de equipa desenvolvido numa base de voluntariado que ocupou os envolvidos nos últimos seis mesas, numa dinâmica de trabalho colaborativo que se traduziu também num processo de aprofundamento do auto-conhecimento e de aprendizagem.
Luxemburgo, não é por acaso
O envolvimento de instituições luxemburguesas no apoio à realização de iniciativas relacionadas com Portugal não é inédito. São até regulares estas ocorrências que se traduzem em exposições, colóquios, encontros, apresentações de livros e outras. Os promotores lusos destas formas de cooperação são diversos mas importa destacar o dinamizador local António Paiva que estabelece um ponte segura com as organizações e instituições do país e que estabeleceu o objetivo prático de impulsionar a tradução do Exílios no Feminino.
Por sua vez, o CDMH-Centre de Docummentation sur les Migrations Humaines, para além das atividades de investigação, que incluem temas cujo objeto são muitas vezes Portugal e os portugueses, promove regularmente iniciativas de divulgação e de debate sobre temas da História e das memórias que enriquecem os saberes coletivos sobre a nossa dimensão identitária.