Ah! Joséphine
Nanterre de cravo ao peito [1]
Ciclo de seminários “O Corpo nos seus movimentos, resistências, dissidências e protestos. Ecos do Abril português”
No dia 21 de março ocorreu no Consulado Geral de Portugal em Paris uma sessão na qual foi analisado o programa televisivo no qual Joséphine Baker participou e que decorreu em Portugal durante o Estado Novo.
Joséphine Baker no programa de televisão em Portugal
No dia 29 de novembro de 1960, durante esta transmissão, cantou notadamente “Terra Seca”, música de Ary Barroso com letras que evocavam a escravidão e a discriminação contra os negros. A cantora abordou deliberadamente questões relacionadas com a raça e aos direitos humanos.
As declarações de Baker correspondem a um período de instabilidade global relativamente ao movimento de descolonização em curso. Na altura, Portugal foi um dos últimos impérios coloniais europeus a enfrentar a imprensa internacional a favor da descolonização. A actuação televisiva de Joséphine Baker pode ser entendida como uma oposição às políticas coloniais portuguesas.
Programa
Pedro Cravinho (Universidade da Cidade de Birmingham):
O “Anjo Negro” em Lisboa: Joséphine Baker desafia Salazar, em direto na televisão
Fonte: CRILUS | Université Paris Nanterre.