15 de Setembro, 2024

Ouvir o Galo Cantar Duas Vezes

LIVROS SEM FRONTEIRAS | Ouvir o Galo Cantar Duas Vezes – Identificações locais, culturas de orla e construção de nações na fronteira entre Portugal e a Galiza | Paula Godinho | Editado CR-SF

por Paula Godinho*, autora

Este livro foi o resultado de vários anos de trabalho de campo na fronteira entre o norte de Portugal e a Galiza, e de uma abordagem de arquivo, sobretudo no Arquivo Histórico-Diplomático e na Torre do Tombo. Finalmente publicado em Portugal, e em português, está à venda no stand da Tigre de Papel, na Feira do Livro.

Ouvir o Galo Cantar Duas Vezes – Identificações locais, culturas de orla e construção de nações na fronteira entre Portugal e a Galiza centra-se em práticas de fronteirização e de desfronteirização num tempo longo, num limiar entre a antropologia e a história.

A fronteira

Entre os galos reais, ouvidos na fronteira, e aquele que se tornou emblemático da construção da nação, a autora interroga topografias do poder: os centros que delineiam o Tratado de Limites de 1864, em Lisboa e Madrid, as equipas militares e cartógrafos que reconheceram a fronteira, e a resistência dos vizinhos das aldeias da raia, unidos pelo parentesco, o contrabando, a convivialidade, os caminhos.

Acontecimentos na raia

Por outro lado, aborda dois acontecimentos dramáticos, associados à guerra de Espanha na fronteira, ocorridos no concelho de Chaves, em Vilarelho da Raia, em 1939, e em Cambedo da Raia, em 1946.

Este livro recebeu o prémio Taboada Chivite em 2008 e foi publicado em galego em 2011. Esta é a sua primeira edição em Portugal.

Paula Godinho

(Lisboa, 1960) é antropóloga, investigadora no Instituto de História Contemporânea e professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Entre outras obras, publicou: Memórias da Resistência Rural no Sul (Couço, 1958-1962), 2001; O leito e as margens – Estratégias familiares de renovação e situações liminares no Alto Trás-os-Montes raiano, 2006; Festas de Inverno no Nordeste de Portugal – património, mercantilização e aporias da «cultura popular», 2010; «Oír o galo cantar dúas veces» -Identificacións locais, culturas das marxes e construción de nacións na fronteira entre Portugal e Galicia, 2011; O futuro é para sempre – Experiência, expectativa e práticas possíveis, 2017; Entre o impossível e o necessário – Esperança e rebeldia nos trajetos de mulheres Sem Terra do Ceará, 2020

Editor

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