As fronteiras
ESPECIAL SF| Festas de fim de ano
As fronteiras não se apagam, não se riscam do mapa, não desaparecem. Atravessam os territórios, as memórias e as mentes. Para o bem e para o mal. São palco de contrabando e refúgio de solidariedades. São tanta coisa ao mesmo tempo que a tentação é afirmar que se existem é porque são incontornáveis.
Separam, dividem, protegem, segregam e confirmam que são fracas as asas dos humanos. Voam até à lua mas edificam, à imagem da Grande Muralha da China e do Muro de Berlim, 1300 km de barreira física entre os Estados Unidos e o México, 700 km entre Israel e a Palestina e 3200 km entre a Índia e o Bangladesh.
Há fronteiras piores que as físicas. As fronteiras da desigualdade sistemática e permanente e as novas fronteiras do mar, onde morrem migrantes afogados porque já os tinham matado antes pela miséria.
Porque uma das nossas duas fronteiras é o Atlântico, continuaremos, em relação a todas as fronteiras a afirmar, como Pompeu o fez e como Caetano cantou NAVEGAR É PRECISO….viver …!
Boas festas do Sem Fronteiras.
Carlos Ribeiro